São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
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Escândalo afeta pouco a circulação

Vendas sobem pouco com a compra de votos

DA REPORTAGEM LOCAL

A revelação de escândalos como o da compra de votos para a aprovação da reeleição aumenta a venda de jornais, certo?
Errado. Levantamento feito pelo Departamento de Circulação do Grupo Folha mostra que esse axioma não é verdadeiro. As vendas da Folha não estouraram quando foi divulgado o caso do mercado de votos, a partir de 13 de maio.
Nesse dia, a Folha revelou que tinha uma fita na qual um deputado dizia que votou a favor da emenda da reeleição em troca de R$ 200 mil. A manchete aumentou as vendas na Grande São Paulo em 2,67% e no restante do país, em 14,82%.
O efeito sobre a circulação total -soma dos exemplares vendidos em bancas e assinaturas- foi mínimo. Na soma geral, a circulação teve um aumento de 0,72% em relação à média das duas semanas anteriores à divulgação do escândalo (veja quadro ao lado).
Assinantes
O pequeno impacto sobre a circulação decorre do fato de que só cerca de 10% dos exemplares da Folha são vendidos em banca, entre segunda-feira e sábado. Os 90% restantes são de assinantes.
Só em um dia entre os sete analisados, o caso fez a circulação total subir cerca de 1%.
Foi num domingo, dia 18 de maio, no qual a manchete "'Senhor X' diz ter mais fitas da compra de votos" elevou a circulação em 1,35%. Domingo é o único dia em que as vendas em bancas têm participação expressiva na circulação -entre 50% e 60%.
O aumento das vendas em banca na Grande São Paulo nos dias em que a Folha revelou o caso da compra de votos para a reeleição é quase sempre menor do que no restante do país.
O maior aumento na Grande São Paulo ocorreu no dia 14 de maio, quando a manchete anunciava: "Nova fita liga Sérgio Motta a compra de voto para a reeleição".
O salto nos exemplares vendidos em banca foi de 9,65%.
Aumentos
No restante do país, o maior aumento ocorreu no dia seguinte, novamente com uma manchete em que o ministro das Comunicações era personagem ("Motta deu TV para deputado que disse ter vendido o voto").
O crescimento das vendas nesse dia atingiu 15,97%.
Em mercados isolados há também aumentos expressivos, mas que não chegam a afetar a circulação total. No dia 15 de maio, a venda em bancas em Belo Horizonte teve um aumento de 108,07%. A Folha vendeu 1.779 exemplares, contra uma média de 855 nas duas semanas anteriores. O aumento sobre a circulação total, porém, foi de 0,97%.
Há mercados em que a venda da Folha foi menor nos dias do caso. Em Santos, por exemplo, caiu 20,79% no dia 15.

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