São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
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Linhas de crédito ampliam negócios

Verba pode vir do governo ou de bancos privados

LIA REGINA ABBUD
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Micros e pequenos empresários que pretendem investir na ampliação ou modernização de suas empresas -ou conseguir capital de giro- contam agora com mais linhas de crédito, vindas tanto dos recursos do governo federal como dos bancos privados.
As empresas das áreas de comércio, serviços, indústrias e agroindústrias, com faturamento bruto anual de até R$ 720 mil, podem ter acesso aos produtos oferecidos pelos bancos (veja quadro abaixo).
O Sebrae, por exemplo, mantém convênio com alguns bancos por meio do Fundo de Aval. Nesse sistema, a entidade entra como avalista e assume garantias de até 50% do total do financiamento. O máximo é de R$ 60 mil.
Segundo Carlos Augusto Guimarães Baião, 48, gerente de crédito de comercialização do Sebrae Nacional, a decisão de adotar o Fundo de Aval parte dos bancos.
O banco Excel Econômico lançou seu produto, em convênio com o Sebrae, em maio. Liberou R$ 500 milhões para empresários que desejam obter capital de giro.
"Era o nicho certo para um banco de varejo investir e aumentar seu volume de negócios, já que os clientes passam a operar com os diversos produtos dos bancos", afirma Marco Aurélio Vieira da Cunha, 46, diretor de varejo.
O Excel Econômico recebe 200 propostas por dia, com um índice de 60% de aprovação, afirma Cunha. "O dinheiro, se aprovado o pedido, é liberado em 48 horas."
O pedido é feito por meio dos Balcões-Sebrae, que os enviam aos bancos e orientam os candidatos.
Em 1996, o BNDES reformulou seu programa de apoio às micro e pequenas empresas, alterando taxas e prazos de pagamento.
Segundo Luiz Pizarro, 49, chefe de representação regional Sul do BNDES, até agora, houve pouca procura pelo programa, que quer atender todos os interessados. "Já atendemos 396 pedidos, movimentando R$ 20,6 milhões."
A Nossa Caixa Nosso Banco implantou, em 1995, o Microbanco. Esse sistema já financiou 10,1 mil projetos. O valor máximo é de R$ 10 mil. Depois de seis meses, o pedido pode ser reavaliado, e o crédito, ampliado para até R$ 30 mil, afirma Sérgio Gonçalves, 41, diretor de produtos do banco.
A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) está liberando R$ 32 milhões neste ano.
Segundo Marco Antônio Motta Nunes, 45, coordenador da área de micro e pequenas, o programa tem tido boa repercussão. Apesar disso, aponta como fortes problemas a dificuldade de introduzir o trabalho em pequenas cidades e a demora na aprovação dos projetos -cerca de cem dias.

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