São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Quase uma constituinte; O mundo mudou; Parecer jurídico; Mapa da mina; Manobra governista; Alianças problemáticas; Bolsa de apostas; Pé atrás; Território inimigo; Racha à vista; Paralisia crônica; Comendo a própria carne; Compasso de espera; Ah, bom!; Tirar dos pobres

Quase uma constituinte
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), defende revisão constitucional em 99. "Um plebiscito autorizaria uma revisão mais ampla que o normal, mas sem atacar as cláusulas pétreas (apenas uma constituinte pode mudá-las)", sugere.

O mundo mudou
Michel Temer propõe a revisão em 99 para "enxugar trechos da Constituição, sem retirar direitos individuais e sociais". Como ela foi feita em 88, o peemedebista avalia que já passou tempo suficiente para "modernizá-la".

Parecer jurídico
Michel Temer acredita que, quando forem aprovadas as reformas administrativa e da Previdência, a Constituição terá textos demasiadamente longos. "Um estrangeiro que vier a examiná-la ficará louco", brinca.

Mapa da mina
O governo paulista montou um banco de dados com informações econômicas e, sobretudo, políticas dos 645 municípios do Estado. Os secretários que concorrerão a uma vaga na Câmara em 98 estão adorando.

Manobra governista
Emenda aglutinativa de líderes poderia deixar na reforma administrativa apenas menção geral a teto salarial, jogando-o para lei infraconstitucional. Com isso, o extrateto voltaria a ser moeda forte de negociação na Câmara.

Alianças problemáticas
Os governadores tucanos estão preocupados com o fato de FHC ter dado ao pefelista Luís Eduardo Magalhães a missão de montar os palanques estaduais de 98. Temem que o presidente queira salvar somente a sua parte.

Bolsa de apostas
Milton Temer (PT-RJ) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) são os dois nomes mais cotados para a relatoria da subcomissão da Câmara que vai investigar os investimentos federais no Acre e no Amazonas. O nome deve sair amanhã.

Pé atrás
A nomeação de Iris Rezende para o Ministério da Justiça causou apreensão na Polícia Federal. Motivo: as relações de amizade do novo ministro com Romeu Tuma (PFL-SP), que chefiou a PF no governo Collor.

Território inimigo
Caso o Planalto consiga que o Conselho Político do PMDB antecipe a sucessão de Paes de Andrade (CE), o caso acabará na Convenção Nacional, que tem sido hostil ao governo. É no que Itamar Franco joga suas fichas.

Racha à vista
Presidente do PT, José Dirceu chegou ontem à reunião do Diretório Nacional falando em "partir para um divórcio". A luta interna elevou-se a um ponto no qual já se discute a expulsão de setores da esquerda petista.

Paralisia crônica
"Há dois PTs. Um anulando o outro. Pode ser melhor a separação", diz um cacique petista. O partido é dirigido por uma maioria de 54% -a tendência Articulação, de Lula, lidera esse grupo. Dividida em várias tendências, a esquerda tem 46%.

Comendo a própria carne
Só se discutiu luta interna na últimas três reuniões do Diretório Nacional do PT. Dois encontros trataram da crise com o governador Vitor Buaiz (PT-ES). O último foi dominado pela acusação de corrupção na legenda.

Compasso de espera
Itamar está mais candidato a governador de Minas do que a presidente. Ele espera um mau momento de FHC para disputar o Planalto. Se isso não acontecer, o governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) perderá o sono.

Ah, bom!
Yeda Crusius (RS), relatora do FEF, terminou um estudo que contesta os números de Paulo Bernardo (PR) sobre as perdas de Estado e municípios com o fundo. Segundo a tucana, eles deixam de receber RS 2,1 bi e não R$ 2,2 bi, como dizia o petista.

Tirar dos pobres
De acordo com estudo de Yeda Crusius, os pequenos municípios contribuem com 86% das verbas do fundo de participação retidas pelo FEF. As capitais somadas representam apenas 10%.

E-mail:painel@uol.com.br

TIROTEIO
De Sérgio Carneiro (PDT-BA), sobre FHC ter dito que é ele quem manda no governo:
- É um absurdo um presidente precisar falar isso. Quem manda não precisa dizer que manda, a menos que não mande e queira manter as aparências de que manda.

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