São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997 |
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'Time' saúda 'novidade velha' da novela brasileira
ESTHER HAMBURGER
A matéria saúda o que seria uma novidade no gênero: a ruptura com a fórmula da Cinderela em favor de uma linha de crítica social e política. O texto trata como novidade o que é antigo no Brasil. Aqui, referências à política e à moral são convencionais nas telenovelas desde os anos 70. E mais, o produto nacional se impôs sobre a concorrência das pioneiras latino-americanas graças a essas características. O exemplo brasileiro mostra também que a oposição entre a fórmula da Cinderela e uma fórmula engajada não é elucidativa. Nem as novelas mais eficazes na abordagem de temas nacionais abandonaram as tramas movidas a ascenção social e romances intrincados. Talvez, atualmente, as novelas brasileiras procurem ser ainda mais incisivas e diretas nas suas referências. As mais recentes praticam quase que um jornalismo de intervenção. O que antes era definido como realismo fruto da formação intelectual dos autores, agora ganha o nome de marketing social e pode tornar-se excessivamente pedagógico. Não há ruptura. Ao contrário, "A Indomada" foi tida como cozido de versões anteriores. A novidade na "Time" é que agora o Brasil não está sozinho nessa linha. Produções recentes no México e Chile fazem sucesso ao calcarem na crítica política e de costumes. Se a moda pega, as produções brasileiras vão sofrer forte concorrência no exterior. E já não se poderá opor qualidade nacional a excesso mexicano com tanta tranquilidade. Ainda é tempo de assistir "Mulher Invisível", série com 5 programas apresentada por Carolina Ferraz que a GNT exibe até o dia 20, às quintas e sextas. A abordagem das entrevistas, nem acadêmica nem fútil, resulta sugestiva. O cenário de Daniela Thomas e Mari Stockler aquece os depoimentos. Tônia Carrero tira a maquiagem em frente à câmera. A iluminação sutil garante a discrição. E-mail ehamb@uol.com.br Texto Anterior: Genesis escolhe novo vocalista Próximo Texto: Classicismo no vazio Índice |
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