São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Medo começa antes do pulo

MARISTELA DO VALLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os momentos que antecedem a queda são piores do que a própria. Quando vejo a altura da torre, dá vontade de desistir. Coletes especiais vestidos, os três futuros "voadores" entrelaçam os braços com força.
Forte tremedeira. "Posição de vôo", gritam os operadores. De repente, estamos na horizontal e somos puxados para trás. O frio na barriga se junta à tremedeira quando vejo que estou me distanciando do solo.
"Três, dois, um, vôo", fala o operador por um alto-falante. Sou eu quem deve puxar a cordinha para liberar o vôo. Serei a culpada se algo acontecer.
Puxo a cordinha e fecho os olhos. O frio na barriga da queda livre passa uma sensação de perigo. Mas ela acontece muito rápido.
Depois, fico mais familiarizada e tranquila com o brinquedo. Ficamos balançando como um pêndulo, fase menos aflitiva.
Logo estou de pé novamente, no solo e andando. Volto à condição de bípede.
Mas a tremedeira ainda continua por alguns minutos. Apesar disso, repito a façanha.
(MV)

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