São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Sem-terra fazem caminhada

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA ENVIADA ESPECIAL

Para pedir a absolvição do líder José Rainha, trabalhadores sem-terra da vizinhança de Pedro Canário marcharam até a porta do fórum, rezaram, receberam manifestações de apoio e pararam a cidade.
Eles assistiram ao julgamento por um serviço de som. A marcha reuniu pelo menos 3.500 sem-terra, segundo a coordenação do MST, e aproximadamente 2.000, segundo a Polícia Militar.
Logo na chegada dos sem-terra a Pedro Canário, às 9h30, seis policiais fecharam a BR-101 e tentaram deter a marcha, porque alguns dos manifestantes traziam foices. Em duas filas, os sem-terra passaram pelos policiais sem nem mesmo diminuir o passo.
"A foice é nosso instrumento de trabalho. Viemos de forma pacífica e nos responsabilizamos pelo que acontecer", disse o sem-terra Ademar Borgo a um policial que tentou parar a caminhada.
Na passagem pela escola estadual Guedes Alcoforado, a marcha foi aplaudida por professores e alunos. Dependuradas nas grades, as crianças fizeram um entusiasmado coro de "Ah, eu tô maluco", grito de guerra de funkeiros e torcidas cariocas que virou mania nacional.
Três colunas de sem-terra se encontraram no julgamento de Rainha: uma vinda do município capixaba de São Mateus, 40 km ao sul de Pedro Canário, uma do município baiano de Mucuri, e outra dos distritos do próprio município de Pedro Canário.

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