São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Entenda a diferença de valor

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

No discurso que fez ontem criticando informações sobre as contratações das empresas Tejofran e Power em sua administração, o governador Mário Covas apresentou números que, segundo ele, são diferentes dos mostrados na reportagem da Folha.
O governador de São Paulo disse que, em janeiro de 95, início de seu governo, os contratos com as duas empresas eram de R$ 189,9 milhões. Em janeiro do ano passado, segundo ele, esse valor caiu para R$ 147,9 milhões -baixando para R$ 133,8 milhões em janeiro de 97.
Em janeiro de 95, segundo ele, havia 64 contratos -em 96, eram 37, e em 97, chegaram a 47 contratos. Para Covas, o desembolso mensal às duas empresas também vem caindo.
O Estado, segundo ele, desembolsou R$ 6,54 milhões com a Tejofran em janeiro de 95 -em janeiro de 97, pagou R$ 4,42 milhões. Com a Power, foram R$ 3,1 milhões em janeiro de 95, e R$ 2,58 milhões, em janeiro de 97.
Covas utilizou parâmetros diferentes ao contestar os números da reportagem. Seus números, aparentemente, se baseiam em valores sobre contratos acumulados nos últimos anos.
Ele não deixou isso claro e se recusou a dar entrevista pela manhã.
Contratos novos
Já a reportagem da Folha usou como base os contratos efetivamente fechados na administração Covas (95, 96 e início de 97).
O cálculo sobre o crescimento tem como referência contratos de 94, último ano do governo de Luiz Antonio Fleury Filho.
Os contratos novos com as duas empresas em 94 foram de R$ 20,1 milhões. Em 95, primeiro ano do governo Covas, tais valores foram de R$ 12,7 milhões -em 96, de R$ 133,8 milhões, e em 97, de R$ 5,2 milhões.
Comparando-se os contratos novos de 94 (R$ 20,1 milhões) com os de 96 (R$ 133,8 milhões), ano de maior volume de contratações, o crescimento do valor com esse tipo de serviço foi de 566%. Tal crescimento ocorreu efetivamente no governo Covas.
Valores pagos
O governador usa outro argumento para dizer que estão caindo os valores pagos em seu governo à Tejofran e à Power.
Covas refere-se a valores efetivamente desembolsados ao longo de sua administração.
A reportagem, ao contrário de Covas, refere-se a valores de contratos feitos em seu governo.
Têm duração de um ou mais anos -portanto, nem todos os seus valores foram descontados ainda no caixa do governo.

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