São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Câmara derruba subteto na 1ª derrota de Luís Eduardo

Cai dispositivo para limitar salário de servidores

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo foi derrotado na primeira votação da reforma administrativa depois que o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) assumiu a liderança na Câmara. A oposição conseguiu retirar da reforma o dispositivo que permitia a fixação de limites salariais inferiores ao teto federal -equivalente a R$ 12,720 mil.
Faltaram sete votos para que o governo conseguisse manter o dispositivo no texto da reforma. Foram 301 votos a favor, 142 contra e 11 abstenções.
A derrota do chamado subteto inibe parte da contenção de gastos com a folha de pagamentos prevista pelo governo com a aprovação integral da reforma administrativa. A estimativa era de uma economia de R$ 6 bilhões ao ano.
Esse dispositivo permitia que os governos federal, estaduais e municipais definissem salários menores que o teto.
Na primeira intervenção como líder do governo, Luís Eduardo disse que o "subteto evitaria a oficialização dos marajás de todos os Estados brasileiros".
"Essa votação deixa claro quem é a favor e quem é contra o fim de privilégios", afirmou.
R$ 22 milhões
A votação da reforma administrativa foi retomada depois de três semanas de paralisação.
Na segunda votação da sessão de ontem, foi aprovada a emenda que transfere para o governo federal a responsabilidade pelo pagamento dos salários dos ex-servidores dos antigos territórios federais, por 389 votos.
O governo terá de pagar os salários dos 10.800 funcionários dos ex-territórios. A despesa mensal será de R$ 22 milhões.
Estabilidade
A votação do ponto mais polêmico -a quebra da estabilidade do servidor público no emprego- está marcada para hoje. O governo está disposto a fazer mudanças no texto para conseguir aprovar a quebra da estabilidade.
Os líderes vão se reunir de manhã para negociar o que poderá ser mudado para conquistar mais votos entre os partidos aliados ao Palácio do Planalto.
Um levantamento dos líderes governistas mostrou que não há votos suficientes para aprovar o fim da estabilidade.
São necessários 308 votos favoráveis, mas os governistas contabilizam apenas 306.

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