São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Marronzinho faz jornada tripla

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos marronzinhos que estão trabalhando na região da ponte dos Remédios diz estar fazendo jornada dupla e até tripla.
Além do serviço extra causado pela interdição da ponte, eles dizem que são ameaçados e xingados por motoristas impacientes.
"Se o trânsito pára, a culpa é nossa. Se anda, a 'culpa' também é nossa, porque aí não pode correr muito senão toma multa", afirma o marronzinho Carlos Alberto Galdino, 30, há dois anos na CET.
Ele afirma ganhar R$ 1.200 por mês, por uma jornada de 6 horas e 40 minutos -fora as horas extras.
Apesar do trabalho redobrado, Galdino diz que não está nem um pouco arrependido.
"Para quem trabalhava na PM, não dá para reclamar", disse.
'Esportiva'
Outro marronzinho, Juarez de Almeida, 37, também disse estar "trabalhando como nunca", desde que ponte dos Remédios rachou, no último dia 3.
Ontem ele entrou às 13h40 e disse que só iria para casa às 5h10.
Na segunda, entrou às 21h e saiu do trabalho às 5h.
Para Almeida, o trabalho "não é nada comparado com os xingamentos que costuma ouvir de motoristas que passam pelo local".
O marronzinho Galdino disse que leva "na esportiva" a agressividade de motoristas.
"Agora que a ponte rachou, é capaz de dizerem que a culpa é nossa. Só falta mandarem a gente ir lá segurar a ponte", ironizou.
(RF)

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