São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Tiros atingem gabinete de deputado

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Duas balas atingiram o gabinete do deputado estadual Edmílson Valentim (PC do B), no prédio anexo da Assembléia Legislativa do Rio (centro), entre o fim da manhã e o começo da tarde.
Um dos projéteis quebrou o vidro da janela da sala de Valentim e ficou alojado no "Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro 1993/94" -de espessura semelhante à de um catálogo telefônico-, que estava sobre a escrivaninha do deputado. Não havia ninguém na sala.
A outra bala furou o vidro da janela da área comum do gabinete, atravessou uma caixa com disquetes de computador e parou na mesa da impressora.
Edmílson Valentim é presidente da comissão parlamentar que investiga a violência policial no Estado do Rio. Desde domingo, ele está indo a delegacias de polícia em diligências da comissão.
Instalada há um mês e meio, a comissão está na metade do período de apuração, que pode ser prorrogado por dois meses.
O deputado evitou tratar os tiros como atentado, chamando o caso de uma "grande e estranha coincidência". "Isso não vai impedir que a gente continue a investigação, mas preocupa."
A primeira bala foi achada pela secretária Patrícia Gomes, às 13h. A última pessoa a entrar na sala antes disso fora o motorista de Valentim, Roberto Batista, por volta das 11h. Ele disse que chegou duas vezes à janela e não viu nada de estranho no vidro.
A segunda bala, na área comum do gabinete, só foi achada no final da tarde, pelo perito policial Sidnei José da Costa.
Segundo Patrícia, ninguém do gabinete ouviu ruídos de tiro ou estilhaços entre as 11h e as 13h.
Pelo ângulo entre os buracos nos vidros e os locais onde as balas se alojaram, os tiros partiram provavelmente do viaduto da avenida Perimetral, que fica na altura do gabinete (segundo andar), a cerca de 20 m de distância.
O perito Sidnei da Costa disse que, pela situação encontrada, os tiros saíram mesmo do viaduto. O laudo oficial deve levar alguns dias para ser divulgado.
Valentim disse que pedirá vidros à prova de balas em seu gabinete. Ele também admitiu a possibilidade de andar escoltado por seguranças daqui por diante.
O subchefe substituto da Polícia Civil, delegado Cláudio Ferraz, determinou a abertura de inquérito na 1ª Delegacia Policial, na praça Mauá (centro).

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