São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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População apóia Plano Real, diz Malan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que "é uma bobagem" falar que o Brasil teve recessão. "Não tivemos, não temos e não teremos. Isso é coisa de alguém que não sabe ler os números", afirmou.
Malan disse que não viu a pesquisa divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e evitou comentar a queda do número de pessoas que acreditam no sucesso do Plano Real.
"Acho que a maioria da população brasileira apóia o plano e está melhor hoje do que na época da inflação alta", disse o ministro da Fazenda.
"Sempre haverá uma parcela da população que expressa sua preocupação", disse. Segundo ele, todas as pesquisas que viu "mostram que a população reconhece os benefícios da estabilidade do poder de compra da moeda".
O ministro disse que há muito mais problemas no país além do desemprego. A percepção de que esse problema existe e é fundamental, acrescentou, está correta.
O desemprego é um desafio não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro, segundo Malan. No mundo desenvolvido, disse, o desemprego "é o grande problema da virada do século, e o Brasil não é exceção".
"Nós vamos enfrentá-lo com investimentos na construção civil, aumento de investimentos na economia, aumento das exportações e alteração na legislação trabalhista para permitir maior uso de mão-de-obra", afirmou.
Tarifas públicas
Com relação às tarifas públicas, Malan disse que elas não tiveram um aumento excessivo desde julho de 1994 e que não devem subir nos próximos meses. Segundo ele, essa é uma preocupação equivocada.
Durante palestra na Federação do Comércio do Distrito Federal, Malan disse que este será o quinto ano consecutivo de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país).
Malan afirmou que o país pode crescer a taxas maiores e que o governo está fazendo as mudanças necessárias para isso.
Ziguezague
Segundo ele, o importante é ter um crescimento sustentado, e não em "ziguezague", "como México e Argentina".
Com base em estimativas de analistas do mercado e de consultorias, Malan disse que a inflação deste ano deverá ficar abaixo de 7% e no próximo ano será ainda menor. "Não vamos abrir mão do controle da inflação", afirmou.
O ministro disse também que há contradições nos dados sobre nível de atividade da economia e de consumo. O governo não pretende adotar nenhuma medida para segurar o crescimento, disse.

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