São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ex-pantera negra deixa a prisão após 27 anos e volta a júri

Geronimo Pratt cumpria pena por assassinato

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um ex-militante do grupo político Pantera Negra foi libertado ontem sob fiança e vai ser julgado de novo por um assassinato que diz não ter cometido, depois de ter passado 27 anos na prisão por ele.
O juiz Everett Dickey decidiu que Geronimo Pratt merece um novo julgamento, porque no primeiro, em 1972, o júri não foi informado de que a principal testemunha da acusação era um informante da polícia.
Pratt, preso em 1970, foi condenado a 25 anos de prisão pela morte de Caroline Olsen, uma professora primária, ocorrida em 1968 em Santa Mônica, Califórnia, Costa Oeste dos EUA. Na época, Pratt era um dos dirigentes do Pantera Negra no seu Estado.
O advogado de Pratt, Johnnie Cochran Jr., o mesmo que obteve a absolvição de O. J. Simpson, pediu ao juiz que fixasse a fiança de seu cliente em US$ 25 mil para marcar os 25 anos de prisão a que foi condenado em 1972. Pratt pediu liberdade condicional 16 vezes nesse período e a viu recusada sempre.
O grupo Pantera Negra foi fundado na Califórnia em 1966, a princípio para manter a segurança em comunidades negras nas grandes cidades do Estado. Em 1967, recebeu pela primeira vez atenção nacional quando um grupo de seus militantes invadiu a sede do Legislativo estadual. Em seguida, passou a defender a luta armada.
Em 1968, tinha 5.000 associados. Vários líderes do Pantera Negra foram mortos pela polícia. Em 1972, dois deles, Bobby Seale e Huey Newton, renunciaram à violência mas outro, Eldridge Cleaver, manteve a opção pela luta armada. Ontem, Cleaver elogiou a Justiça por ter liberado Pratt.
(CELS)

Texto Anterior: "Dr. Morte" lança disco de jazz nos EUA
Próximo Texto: Raça é problema, dizem americanos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.