São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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Publicitária cobra consultor na Justiça

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A publicitária Stela Grega Menegazzo acusou em Recife (PE) o consultor da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Antônio Lavareda, de ter colocado sua irmã, Alba Menegazzo, como "testa-de-ferro" dele na empresa pernambucana Pólo Consultoria, Marketing e Propaganda, no final de 94.
A Pólo -pertencente ao economista Roberto Viana- é acusada de envolvimento no caso dos precatórios.
A empresa teria prestado assessoria ao banco Vetor na negociação dos títulos de Pernambuco.
Alba Menegazzo disse anteriormente que entrou na empresa como representante de Lavareda.
A utilização de Alba como testa-de-ferro, segundo Stela, teria acontecido porque Lavareda prestava consultoria ao então prefeito de Recife, Jarbas Vasconcelos (PMDB), e considerava que não ficava bem ser sócio de uma empresa que prestaria serviços ao governo de Miguel Arraes (PSB).
Viana e Lavareda (ligado à cúpula do PSDB) hoje são inimigos políticos. Viana não dá entrevistas sobre o assunto.
Ação
Stela disse que foi funcionária e sócia de Lavareda no período de fevereiro de 93 a abril de 97.
Lavareda é proprietário da MCI (Marketing, Estratégia e Comunicação Ltda.), que, além da Presidência, tem como clientes o governo do Ceará (administrado pelo PSDB) e a Prefeitura de Recife (administrada pelo PFL).
No mês passado, Stela entrou na Justiça com uma ação trabalhista contra Lavareda, requerendo o pagamento de direitos que, segundo ela, ele não teria pago -entre os quais o FGTS e o 13º salário.
Stela afirma na ação que enquanto trabalhou com Lavareda teve atribuições que não constavam do seu contrato de trabalho.
Entre as atribuições estariam a participação como representante dele na produtora de vídeo pernambucana Câmera 4, que presta serviços à Prefeitura de Recife.
Em carta enviada a Lavareda ela estima em R$ 980 mil o valor a que tem direito a receber.
A primeira audiência na Justiça, entre Lavareda e Stela, está marcada para 18 de julho próximo, na 7ª Junta de Conciliação e Julgamento, em Recife.
Outro lado
Em entrevista à Agência Folha, por telefone, Lavareda disse que as acusações são "uma armação política" feita "no Palácio do governo estadual", com vistas às eleições estaduais de 98.
Segundo Lavareda, Stela esteve "várias vezes" no Palácio, em abril e início de maio. O secretário de Imprensa do Estado, Jair Pereira, disse que Stela nunca esteve lá.
Lavareda disse que a carta que Stela lhe enviou era uma "tentativa de chantagem" e que, em vez de "ceder", preferiu "resistir".
Ele entrou com uma interpelação judicial contra Stela para que, na Justiça, ela confirme o que afirmou na carta. A partir disso seria adotada a ação jurídica conveniente, disse ele.

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