São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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Cheque leva polícia a acusar 3 por morte

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O rastreamento de dez folhas de cheques roubadas permitiu à polícia, após dois anos de investigações, descobrir a identidade de três homens acusados de matar o estudante de direito Gabriel Guedes Pereira de Souza, 22.
Souza foi morto com um tiro na têmpora esquerda. Ele era irmão de Sérgio Augusto Guedes Pereira de Souza, procurador da Fazenda Pública Federal em São Paulo. O crime aconteceu em 22 de agosto de 1995 na zona sul de São Paulo.
Gabriel havia saído na noite anterior em seu Fiat Uno. Ele foi à faculdade, à casa de um amigo e ia visitar a namorada quando o pneu do carro furou na avenida Washington Luís (zona sul).
Ao descer para trocar o pneu, ele foi dominado por três homens. Armados, obrigaram-no a entrar no banco traseiro do carro. O estudante foi levado a um lixão na esquina das ruas Engenheiro Guaraci Torres e Belmira Marins, no Grajaú (zona sul).
Mandaram que ele descesse e deitasse de bruços no chão. "Ele pediu pelo amor de Deus, não queria ser morto, mas o Eduardo resolveu atirar três vezes", disse Gilson Leite, o "Junior", 24.
Uma das balas não atingiu a vítima. Uma outra acertou de raspão a mão do estudante. O tiro fatal penetrou a têmpora esquerda de Gabriel e se alojou no cérebro.
Leite confessou o crime e acusou dois colegas: Joaquim José Duarte, o "Eduardo", 22, e Marco Antônio Basse, 23, o "Alemãozinho". Duarte negou o crime. "Ele (Leite) está mentindo", disse.
O corpo do estudante foi encontrado na madrugada seguinte. Só um dia depois foi localizado pela família, no Instituto Médico Legal. Além do carro, os assaltantes levaram as folhas de cheque, os documentos da vítima e R$ 40.
Investigação
Segundo o delegado Marcelo Dias, da Divisão de Homicídios, o Uno do estudante foi achado pela polícia a cerca de cem metros da casa de um dos acusados -Basse.
"Mesmo assim, só começamos a encontrar pistas sobre os autores do crime quando os cheques da vítima caíram no Banco do Brasil." A polícia conseguiu achar um homem que havia comprado um videocassete com um dos cheques.
Esse homem disse, segundo o delegado, que Leite lhe havia repassado o cheque e disse que o acusado morava próximo da avenida Washington Luis. "Soubemos os apelidos dos três acusados, depois, os identificamos."
O primeiro a ser preso foi Leite, que morava numa pensão. Segundo a polícia, ele acusou os dois outros. Basse e Duarte já estavam presos por outros roubos. O primeiro está na penitenciária de Marília (SP) e o segundo, no pavilhão 8 da Casa de Detenção de São Paulo.

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