São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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Feridos em explosão querem ajuda rápida

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

As vítimas e familiares de mortos na explosão do Osasco Plaza fizeram ontem um protesto pelo pagamento de indenizações aos afetados pelo acidente, em frente ao shopping, no centro de Osasco (Grande São Paulo).
O ato marcou o primeiro aniversário da explosão, produto de um vazamento de gás GLP, que matou 42 pessoas e feriu mais de cem. As primeiras sentenças na Justiça foram favoráveis às vítimas, mas, como o shopping recorreu, ninguém recebeu indenização ainda.
Os manifestantes também se queixaram do modo lento como são atendidos pelo shopping quando precisam de algum auxílio, como médico e fisioterapia.
O protesto começou por volta das 10h30, com a fixação de faixas na frente do centro comercial.
Pedindo fim à impunidade, o grupo de apoio às vítimas produziu um tablóide, rodado pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP e distribuído aos passantes.
O Sintusp também cedeu um carro de som para que acidentados e parentes de vítimas se expressassem. Cerca de 200 pessoas ouviram os discursos. Não há cálculo do público que passou em frente ao shopping durante a manifestação.
O protesto teve a participação do deputado estadual Renato Simões (PT) e do rabino Henry Sobel.
Cruzes negras, com os nomes dos mortos no acidente, foram colocadas na calçada em frente ao centro comercial. Às 12h20, foi feito um minuto de silêncio.
Parentes dos acidentados pintaram o rosto de preto. Os manifestantes vestiam camisetas pretas, com os dizeres: "Não queremos esmolas; queremos justiça", em referência à ajuda que vêm recebendo do Osasco Plaza.
"Meu médico recomendou que eu fizesse natação para ajudar a recuperar o movimento do pé. Dei a receita para a assistente social há um mês e, até agora, não tive resposta", contou Sidnéia Gomes, 17, que sofreu múltiplas fraturas nas pernas no acidente.
Os feridos contam que têm de esperar muito tempo entre fazer uma requisição ao shopping, por intermédio de assistentes sociais, e o atendimento do pedido.
"No começo, era uma amolação, eles não davam o que eu pedia. Agora, demora, mas dão. Tudo depende da aprovação da diretoria do shopping", declarou Roseli Cirqueira, 31, que fraturou a coluna e não pode mais andar.

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