São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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Bolsa ignora dificuldades nas reformas

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro tem preferido ignorar solenemente as dificuldades do governo federal no processo de reforma da Constituição. Mais uma vez as Bolsas subiram, enquanto os juros e o dólar ficaram estáveis.
Ontem, por exemplo, o otimismo preferiu passar ao largo do adiamento da votação do fim da estabilidade dos servidores públicos, um dos pontos mais polêmicos da revisão constitucional.
Essa mesma reação se deu na terça-feira, quando a oposição derrubou o dispositivo que permitia que Estados e prefeituras criassem um teto salarial inferior ao federal. Essa derrota também não impediu a alta das ações nas Bolsas.
O cenário externo favorável ajuda a entender esse otimismo do mercado, o qual, à primeira vista, pode ser visto como uma versão nacional da tal exuberância irracional cunhada por Alan Greenspan, do Fed.
Isso porque a reforma da Constituição sempre foi -com as privatizações- um dos principais combustíveis para as cotações.
Emissão da Cesp
A Cesp realizou ontem uma emissão de US$ 300 milhões em títulos de cinco anos no mercado internacional.
O custo de captação foi de 280 "basis points", pagando um cupom de 9,125% ao ano.
Octavio de Barros, chefe de Assuntos Internacionais da empresa e responsável pelo lançamento em Nova York, considerou "extraordinário" o resultado do leilão.
"O custo foi muito bom, principalmente porque essa emissão não teve garantias da República, como a anterior", afirmou Barros.
A demanda firme fez a Cesp rever o volume de lançamento, previsto para ser de US$ 200 milhões.
Os investidores institucionais ficaram com o maior lote, comprando 66% do total.
A emissão não precisou seguir determinação do CMN, que decidiu exigir das estatais um "rating" igual ou superior ao da União para esse tipo de operação. Isso porque ela já estava aprovada pelo BC.
Bolsa de NY
Pela quarta sessão consecutiva, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou com recorde de alta, depois de ganhar 0,48% e encerrar a 7.575,83 pontos. No ano, o índice já subiu cerca de 17%.

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