São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997 |
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Britto apressou pagamento a Venceslau
LÉO GERCHMANN
Venceslau foi contratado pela Engevix como consultor, para ser um dos coordenadores do projeto "Plano de Reconstrução da Metade Sul do Estado". Trata-se de um estudo sobre a recuperação da metade sul do Rio Grande do Sul, a região que mais enfrenta problemas de desenvolvimento no Estado. Ordens de serviço Britto determinou, nos dias 10 de março e 14 de abril, os pagamentos "priorizados" dos serviços executados por Venceslau e pela empresa Engevix. Esses pagamentos acabaram sendo realizados por intermédio de ordens de serviço. Ordem de serviço é um sistema pelo qual o pagamento é feito de forma prioritária ("estabelece prioridade para pagamentos"), passando na frente de outros compromissos do Estado. O pagamento foi de R$ 262,6 mil, dividido em duas partes iguais. Os serviços prestados pela Engevix tiveram um custo total de R$ 399 mil. A justificativa apresentada pelo governo foi "o risco de prejuízos ao bom andamento dos serviços públicos". A publicação das ordens de serviço ocorreu nas edições dos dias 11 de março e 15 de abril do "Diário Oficial" do Estado, com a assinatura do governador. Segundo o secretário estadual da Coordenação e Planejamento, João Carlos Brum Torres, Venceslau participou de diversas reuniões em Porto Alegre para desenvolver o projeto. Suspeita petista O líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa, Flávio Koutzii, entregou, na semana passada, um dossiê sobre o assunto para o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Também foi enviada uma cópia para a comissão de ética do partido. "O Estado corre risco de intervenção por não pagar precatórios, atrasa salários de servidores e se diz em dificuldades. Mas prioriza o pagamento de um estudo feito pelo Venceslau", afirmou Koutzii, criticando a atuação do governo gaúcho. O líder petista estranhou a presteza do governo estadual em fazer o pagamento a Venceslau e à empresa Engevix. "Ordem de serviço deveria ter como destino compra de AZT ou de merenda escolar. Acho isso tudo muito estranho", afirmou. Texto Anterior: SP recebe R$ 3,8 bi com renegociação Próximo Texto: "Trabalho é prioritário" Índice |
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