São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997
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Plano de saúde 'salva' HUs paulistas

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

O atendimento a pacientes de planos de saúde particulares virou um componente importante do orçamento dos hospitais universitários (HUs), que já não contam mais apenas com as verbas recebidas do governo.
Nos dois maiores HUs de São Paulo, o Hospital das Clínicas (HC, ligado à Universidade de São Paulo) e o Hospital São Paulo (ligado à Escola Paulista de Medicina), a verba arrecadada com o atendimento aos "conveniados" é responsável por cerca de 6% a 10% do orçamento total.
"Esse dinheiro é importante para a manutenção do hospital", diz Alberto Kanamura, diretor-superintendente do HC. A mesma coisa acontece no Hospital São Paulo, onde a verba vinda dos planos de saúde ajuda a comprar e manter equipamentos.
O atendimento a convênios particulares foi adotado como alternativa de financiamento para esses hospitais, diante da falta de verba em todos os hospitais públicos.
"A situação já é crítica há muito tempo, e temos mostrado isso ao governo, mas não temos tido retorno. Quem não adotar esse tipo de solução não vai conseguir se sustentar", afirma o diretor do Hospital São Paulo, José Ferraro, que também é presidente da Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (Abrahue).
Segundo ele, o Ministério da Saúde ficou devendo aos HUs, de julho a dezembro de 1996, 25% do orçamento de cada hospital.
CPMF
"Quando começou a arrecadação do CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, destinada à saúde), o governo começou a pagar, mas os hospitais acumularam dívidas."
O pagamento médio dos convênios a um caso de internação é de R$ 30,00 ao dia, 15 vezes mais do que paga o SUS (Sistema Único de Saúde, mantido pelo governo federal) para o mesmo tipo de caso.
A meta do Hospital das Clínicas de São Paulo é que nos próximos anos esse tipo de recurso seja equivalente a pelo menos 50% do orçamento da instituição. O HC atende cerca de 40 convênios.
Isso seria possível, segundo o diretor do hospital, com a ocupação de apenas 10% da capacidade de leitos do HC por particulares.

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