São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997
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Brasil pode se espelhar na França

LUCIANA BENATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pesquisa realizada na França, traçando perspectivas sobre a Aids para o ano 2010, foi apresentada ontem pelo cientista Yves Souteyrand, da Agência Nacional de Pesquisas sobre Aids, a pesquisadores brasileiros da área.
A apresentação faz parte de um trabalho que está sendo iniciado pela Secretaria de Estado da Saúde, em conjunto com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), com o objetivo de estabelecer prioridades de pesquisa de forma a direcionar os investimentos públicos para os setores considerados prioritários.
Medidas prioritárias
No ano passado, a Fapesp destinou um quarto de sua verba para pesquisas na área de saúde.
Segundo Francisco Romeu Landi, diretor-presidente da Fapesp, essa quantia corresponde a cerca de R$ 42 milhões, que foram concedidos pela fundação em forma de bolsas e auxílio à pesquisa.
Pesquisa francesa
O secretário disse que a pesquisa realizada na França poderá ser adaptada à realidade brasileira, economizando um grande tempo que seria utilizado no desenvolvimento de uma metodologia própria por pesquisadores brasileiros da área.
O estudo francês, realizado entre 94 e 96, com a participação de 75 pesquisadores, procurou levantar quais os principais fatores que poderiam exercer influência na evolução da Aids até o ano de 2010.
Com base nas variáveis levantadas pelos pesquisadores, foram construídos seis possíveis cenários e quatro opções estratégicas de ação por parte do governo.
Na época da pesquisa, a terapia combinada de medicamentos (coquetel) não estava disponível.
Entre os cenários propostos na experiência francesa, dois foram considerados mais prováveis: a existência de um tratamento estabilizador, que prolongasse a fase assintomática da doença (o que é muito próximo do cenário atual) e um estado de epidemia assumida, com progressos terapêuticos limitados e práticas sexuais e de uso de drogas mais adaptadas aos riscos.

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