São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997 |
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Gessy questiona a substituta da Kolynos
SHIRLEY EMERICK
A empresa, adversária da Kolynos do Brasil, alega que essas comparações foram proibidas no acordo assinado entre a Colgate-Palmolive e o Cade. A petição foi encaminhada na terça-feira. Na quarta-feira, a Kolynos do Brasil divulgou as novas características da marca Sorriso. Existem muitas semelhanças entre a antiga e a nova marca. A fórmula é a mesma e o logotipo e a embalagem são parecidos. A conselheira Lúcia Helena Salgado e Silva, que relatou o processo de compra, disse que é prematuro fazer uma avaliação. Segundo ela, na assinatura do acordo o Cade definiu uma série de critérios que não poderiam estar na nova marca. Esses pontos fazem parte de um anexo confidencial ao acordo. Lúcia Helena disse que a nova marca não pode confundir o consumidor. "Ele não pode achar que está comprando a mesma marca", afirmou. Propaganda A Kolynos do Brasil anunciou, por exemplo, que, em um dos filmes veiculados na TV, a atriz Regina Duarte vai lembrar que foi garota-propaganda da Kolynos e, em seguida, irá recomendar a Sorriso. Na época da discussão com o Cade, a empresa mencionou que não iria usar a mesma propaganda da Kolynos. Esse ponto, no entanto, não foi incluído no acordo. A conselheira disse que já consultou alguns especialistas e que as opiniões são divergentes. Ela afirmou que a petição será discutida com os outros conselheiros na próxima semana. "Eu acho que é preciso aguardar um pouco mais para ver como o mercado reage." O julgamento, explicou Lúcia Helena, teria de ser baseado em dados concretos. A Gessy Lever confirmou que encaminhou a petição, mas o diretor de Assuntos Corporativos da empresa, Ronald Rodrigues, encarregado de falar com a imprensa, não foi encontrado pela Folha. Concorrência Em janeiro de 95, a Colgate-Palmolive comprou os negócios da Kolynos em 14 países e pagou R$ 1,04 bilhão. No Brasil, a operação foi submetida ao Cade, que avalia as compras de empresas que resultem em domínio de mais de 20% do mercado. A Kolynos é líder do mercado, com uma fatia de 52,2%. O conselho concluiu que a operação prejudicava a concorrência porque a empresa passou a deter 78,8% do mercado de dentifrícios. O Cade impôs limites à negociação e sugeriu três opções: vender a Kolynos para terceiros, licenciar a marca por 20 anos ou suspender seu uso por quatro anos. A empresa escolheu a terceira opção. Decidiu vender os estoques antigos e criar uma nova marca para o período de quatro anos. A assessoria de imprensa da Kolynos do Brasil informou ontem que a empresa desconhecia qualquer movimentação de seus concorrentes perante o Cade. Enquanto não houver uma manifestação oficial do órgão a empresa não se pronunciará, de acordo com a assessoria. Texto Anterior: Inflação sobe para 0,82%, apura a Fipe Próximo Texto: Brahma cai 1,8% na Bolsa Índice |
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