São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997
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Recursos somam mais de mil páginas

FRANCISCO CÂMPERA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O descumprimento do número mínimo de assinantes e a falta de documentos e de qualificação técnica foram os principais argumentos apresentados pelos consórcios que travam uma guerra de recursos entre si na disputa pela privatização da telefonia celular.
O Ministério das Comunicações divulgou ontem o conteúdo dos 26 recursos que os consórcios que disputam a banda B (parte privada da telefonia celular) apresentaram anteontem à Comissão Especial de Licitação.
Os recursos foram impetrados por grupos classificados e desclassificados, incluindo cinco de defesa dos que foram inabilitados. Ao todo, os recursos apresentadas à comissão somaram mais mil páginas.
Na semana passada, a comissão desclassificou 5 (Lightel, Algar, Mcom Wireless, Hutchison/Cowan e Tess) dos 15 consórcios que se candidataram para disputar a banda B. Anteontem foi encerrado o prazo para a apresentação de recursos.
O exame dos recursos deve durar 30 dias, entre ataque e defesa dos consórcios e a avaliação do ministério.
Argumentos
O Hutchison/Cowan apontou argumentos tentando mostrar que não usou valores de seus ativos imobiliários como se fossem ativos realizáveis a longo prazo, motivo pelo qual foi inabilitado.
O Tess, que entrou com recursos contra o Global Telecom, Vicunha e TT-2, tenta provar que os três consórcios apresentam irregularidades segundo o edital. Devido às supostas falhas dos concorrentes, o Tess alega que não poderia ser desclassificado.
O Algar e o Lightel (formados pelas mesmas empresas) atacaram 12 consórcios com base em teses jurídicas e técnicas. Em sua defesa, os dois consórcios tentam provar que possuem o número mínimo necessário de assinantes exigidos pelo edital.
Os dois só não entraram com recursos contra o Americel, que já foi declarado vencedor da área 7 (para efeitos de concorrência, o ministério dividiu o país em 10 áreas).
Entre os habilitados, o Brascom, que apresentou recurso contra o Global Telecom, alegou que o consórcio não apresentou certidão negativa de falência e concordata exigida pelo edital.
O Brascom também atacou o Telet, argumentando problemas nas metodologias de execução, nas demonstrações financeiras e na não-apresentação do número de terminais.
O Global Telecom afirma, em seu recurso contra o Brascom, que não foi apresentada a documentação exigida pelo edital.
O Avantel afirmou que o Telet não tem qualificação técnica e que não apresenta número mínimo de assinantes.

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