São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997
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Lygia Clark retorna em mostra e debates

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A artista plástica mineira Lygia Clark (1920-1988) divide com o carioca Hélio Oiticica (1937-1980) uma posição de destaque nas artes brasileiras e na Documenta de Kassel, onde terá uma mostra histórica.
Lygia Clark, porém, não comparece apenas por meio de suas "Máscaras Sensoriais" e "Objetos Relacionais". Será ainda tema de duas palestras ministradas pela psicanalista Suely Rolnik no evento "100 Dias - 100 Convidados", que reunirá durante toda a edição da mostra pensadores da cultura contemporânea de todo o mundo (leia programação do evento em quadro abaixo).
Tanto mostra quanto debates privilegiarão uma parcela específica da produção da artista, aquela em que Lygia Clark se preocupa com a interação corpórea e sensorial do espectador. Com seus "Objetos Relacionais", por exemplo, a artista entrou de corpo inteiro no terreno enigmático que se coloca entre a arte e a psicanálise. Estão de fora as esculturas neoconcretas, como a série "Bichos".
Segundo Luciano Figueiredo, que auxiliou Catherine David na seleção das obras de Lygia Clark, foram selecionadas oito "Máscaras Sensoriais" originais e duas roupas chamadas "Roupa-Corpo-Roupa". "São macacões grandes, cheios de coisa dentro, para que as pessoas experimentem. Quando uma pessoa usa, é acompanhada por um parceiro e eles se tocam. Há uma experimentação da roupa e do corpo do outro", disse. Também não faltarão "Objetos Relacionais" e o objeto de borracha "Respire Comigo".
Também estava prevista a exposição do ambiente "A Casa é o Corpo", apresentada na Bienal de Veneza de 1968, mas que se perdeu na volta ao Brasil. Esse ambiente será reconstruído para a retrospectiva da artista que acontecerá na Fundação Tápies, em Barcelona, em outubro.
A Documenta de Kassel, considerada a mais importante manifestação de arte contemporânea do mundo, acontece entre 21 de junho e 29 de setembro e tem curadoria da historiadora de arte Catherine David.

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