São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997 |
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Frio aquece vendas e leva o comércio a faturar mais 3%
FÁTIMA FERNANDES
As lojas de roupas puxaram para cima o faturamento do comércio. Pelo levantamento da federação, a venda de artigos do vestuário aumentou 5% nesta primeira semana de junho, na comparação com igual período do ano passado. "Após cinco meses de faturamento em queda -sobre igual período do ano passado- junho anima os lojistas, sobretudo os que atuam no setor de confecção", diz Vladimir Furtado, economista da federação. Pelos dados colhidos no comércio durante esta semana, diz ele, a maioria da venda -93%- foi financiada por meio de cartão de crédito, crediário ou cheque pré-datado. "O consumidor comprou, mas também se endividou." Além do frio intenso das últimas semanas, a estabilização e até mesmo a queda nos preços das roupas propiciaram aumento de até 40% nas vendas de algumas lojas no início de junho. Um exemplo é a VR, rede de oito lojas especializada em roupas masculinas. Dependendo da loja, o faturamento nesta semana cresceu de 30% a 40% sobre o de igual período do ano passado. A expectativa era a de um aumento de 20%. "Sem o frio, não teríamos tido um desempenho tão bom no Dia dos Namorados", diz Alexandre Brett, gerente-geral da VR. Concorda Adriana Camelo, diretora da Confecções Camelo, que também comercializa roupas para homens. Segundo ela, a venda nesta primeira semana de junho aumentou 30% sobre a de igual período de 1996. A Camelo, que tem duas lojas de fábrica e abastece também as multimarcas (lojas que trabalham com várias marcas), diz, está até ampliando em 15% a produção de calças e paletós de lã para atender o aumento da demanda. Na Gregory, rede com 34 lojas de roupas femininas, a venda da semana -15% maior do que a de igual período de 1996- superou a expectativa, que era a de crescer 10%. "As lojas já não têm mais casacos de lã. Vamos repor as peças na segunda-feira", diz Sheila Maria Santana, gerente de marketing. Na Vitia, rede de quatro lojas de roupas femininas, a venda nesta semana superou em 20% a que antecedeu o Dia das Mães. "Não há dúvida de que o frio ajudou", diz Viktor Vitia, diretor. Na sua outra rede de lojas -a Any-Any, especializada em lingeries-, o faturamento subiu de 5% a 7% neste início de junho sobre o de igual período do ano passado. No shopping Iguatemi, a venda para o Dia dos Namorados aumentou 7%, em média, sobre a de igual período de 1996. "O movimento na quarta-feira e na quinta-feira foi parecido com o de um sábado normal", diz Waldir Chao, gerente-geral. SPC e Telecheque A média diária de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) do dia 1º a 12 de junho aumentou 16% sobre a de igual período do ano passado. A média diária de consultas ao Telecheque, termômetro das vendas à vista, cresceu 13,2% no período. O SPC e o Telecheque são serviços da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para Emílio Alfieri, economista da associação, os números mostram que a semana do Dia dos Namorados foi boa, mas muito estimulada pelo frio. Texto Anterior: Balança comercial volta a registrar déficit Próximo Texto: Prejudicado deve ir à Justiça, afirma Malan Índice |
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