São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997
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Europeus querem mais 5 na Otan

Alemanha e França desafiam EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Otan convidou ontem 27 países da Parceria pela Paz para estabelecer missões diplomáticas permanentes na sede da aliança militar, em Bruxelas (Bélgica).
Aparentemente, é uma tentativa indireta de apaziguar os países que serão excluídos da primeira expansão da aliança militar ocidental para a Europa Oriental.
Mas alguns membros da Otan desafiaram os Estados Unidos, que limitaram a expansão da organização a apenas três países.
Anteontem, o secretário norte-americano da Defesa, William Cohen, anunciou que apenas a Polônia, a República Tcheca e a Hungria seriam convidadas para aderir à Otan, na reunião de cúpula a ser realizada em Madri (capital da Espanha), em 8 e 9 de julho.
O anúncio pegou os outros membros da Otan de surpresa e ameaça dividir a organização.
Inicialmente, 12 países tinham se candidatado a entrar na Otan. Até o anúncio de Cohen, previa-se que cinco seriam convidados -além dos três confirmados pelo governo norte-americano, a Romênia e a Eslovênia (uma das ex-repúblicas da antiga Iugoslávia).
Ontem, Cohen disse que explicará a posição dos Estados Unidos aos dois países rejeitados e que eles podem aderir à aliança posteriormente.
Alemanha, França e Canadá, no entanto, avisaram ontem que vão apoiar a candidatura da Romênia e Eslovênia.
Parceria pela Paz
Os ministros da Defesa da Otan reuniram-se ontem, pela primeira vez, com a Parceria pela Paz, um programa que liga 27 países, do Azerbaijão à Albânia, às atividades de pacificação da aliança militar.
O secretário-geral da Otan, Javier Solana, previu que a força da Otan, atualmente de 3.000, vai dobrar nos próximos dois anos.
Mas as tentativas de apaziguar a Eslovênia e a Romênia não teriam dado muito certo.
Segundo uma fonte da Otan, o ministro esloveno da Defesa, Turnsek Tit, disse que todos os países que tenham as condições exigidas para entrar na Otan deveriam ser convidados.
"Se a porta está aberta, seria bom que ela esteja aberta de novo logo", teria dito ele, em resposta às garantias de que a primeira expansão da Otan não vai ser a última.

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