São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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ICMS é evitado com drawback

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para reduzir custos, empresas exportadoras brasileiras importam matérias-primas e componentes usados nos produtos que vendem para o exterior.
Em vez de comprar do fornecedor nacional, o fabricante faz um drawback -importação de matéria-prima para ser usada em produto destinado à exportação-, que é isenta de impostos.
A vantagem: não há cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na operação.
Quando a compra é feita no país, é preciso pagar ICMS. O valor pago, é verdade, vira crédito para ser usado na quitação de outras dívidas fiscais com o Estado.
No entanto, a conversão vale somente para o limite de 35% do faturamento da empresa, em média, conta Marcus Vinícius Pratini de Moraes, presidente da AEB, a associação que representa os exportadores.
"Acima desse valor, a empresa 'mica' com o ICMS. Para evitar esse custo, ela opta pela importação", diz Pratini. As operações de drawback atingem cerca de US$ 4 bilhões por ano.
A forma de cobrança do ICMS, afirma o presidente da AEB, acaba sendo um estímulo à importação.
Verde-e-amarelo
Para mudar a situação, Pratini tem duas propostas: a) criação do que chama de drawback "verde-e-amarelo": a compra de matérias-primas e componentes no mercado interno ficaria isento de impostos, como na importação; b) substituição do ICMS, um imposto estadual, pelo IVA, que seria uma espécie de ICMS federal.
Segundo Pratini, as brechas legais que facilitam o aumento das importações são responsabilidade do sistema tributário brasileiro, que favorece as importações.
Para ele, a defasagem cambial não é o problema central do desequilíbrio da balança comercial.
"Se o país resolver os problemas da carga tributária, taxa de juros e custo Brasil, vai ficar mais fácil resolver o problema do câmbio", diz.
(APF)

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