São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Faculdades geram talentos paulistanos

SIMONE CAVALCANTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma faculdade ou um curso de formação foi o começo para alguns estilistas de São Paulo -mesmo que não tenham sido de moda.
Maurício Vilanote, 42, da Estais no Céu, usou suas aulas de engenharia na confecção. Com sua mãe, dona de confecção, aprendeu os princípios. "Para criar, coleto dados, os coloco no liquidificador e as composições surgem."
Tana Millan, da Simultânea, também é adepta de formação. Estuda filosofia com um grupo.
Microempresária desde 86, quer continuar assim. "Tenho propostas de franchising, mas meu trabalho em moda não é tudo."
Com dez costureiras autônomas e três funcionários, a Simultânea investe em moda feminina.
Para compor suas criações, Jum Nakao usa sua formação em artes plásticas, design e no teatro Nô.
Mas sua experiência no setor não é nova. Há 13 anos, é estilista da grife Zoomp, com quem mantém um trabalho paralelo até hoje.
Hoje, vende suas peças em duas lojas e vai inaugurar uma própria na próxima semana, em São Paulo.
Apesar de não ter concluído a faculdade de moda, Alexandre Herchcovitch, 25, já fazia roupa para os amigos quando participou do Phytoervas Fashion em 94. Exibiu peças que não eram previamente desenhadas -e agradou.
Quase três anos depois, já tem loja, inaugurará uma ponta de estoque e vende para os EUA, Londres e Japão. Com três funcionários, dá conta de 500 peças de cada coleção.
A história de Annelise Salles, formada em moda há dois anos, é parecida. Em 95, mandou desenhos para o Phytoervas e foi escolhida.
"Tive de montar a estrutura e fazer 30 peças em um mês", lembra ela, que já tem uma loja. Suas roupas são feitas a partir de tecidos diferenciados. "Escolho o pano e depois vejo o que pode ser feito."
Manter a qualidade é a regra da Zazá. Estela Paes e Alcantara, 33, dona da marca, diz participar do desenvolvimento da peça para garantir o resultado planejado.
Há cinco anos, abriu uma confecção em sociedade com sua mãe e iniciou uma pequena produção. Segundo ela, "esse é um negócio que leva tempo para maturar."
Atualmente, tem duas lojas e uma oficina para a produção das peças, o que lhe rende um faturamento aproximado de R$ 35 mil.
O segredo de Marcelo Sommer, 29, também é acompanhar a produção. Em 95, expôs suas camisas de tricô retilíneo no Mundo Mix. Hoje, desenvolve seu projeto com fornecedores terceirizados. "Mas é bom estar sempre presente."
Um ano e meio depois de colocar seu produto no mercado, Sommer abriu a primeira loja em São Paulo e produz 5.000 itens por coleção.
Nas mãos de Eliana Schmulevitch Ligabue desde novembro de 96, a Família Trapo continua em alta. Com um investimento de R$ 20 mil, Eliana diz faturar R$ 10 mil por mês -nada mal para quem não tinha idéia do mercado.
O cearense Lino Villaventura, 45, escolheu São Paulo para instalar sua representação. Ele usa a "criação bem-humorada" para se manter há 20 anos nesse mercado.
Para a divulgação, aposta nas feiras. Depois de desfiles, as roupas ficam num "showroom" em São Paulo. Em seguida, vão para Fortaleza. Seu ateliê tem 30 funcionários. "Minha intenção ainda é montar uma loja em São Paulo."

Colaborou a Redação

Texto Anterior: MODA made in BRASIL
Próximo Texto: Acaso leva cariocas aos negócios
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.