São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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Cor causa queda no preço do carro usado de até 10%

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Além do estado de conservação, a cor pode interferir consideravelmente no preço e no "giro" do carro no mercado de usados.
Segundo alguns comerciantes, o valor do veículo chega a despencar 10% se a cor não for bem-aceita pelo mercado. O encalhe do carro na loja pode superar os três meses.
O branco, as cores mais berrantes e, em alguns casos, até o preto, podem virar "mico".
Muitos vendedores evitam aceitar carros com essas cores. Segundo eles, o brasileiro prefere os tons clássicos, como prata, chumbo e azul-marinho.
Táxi
A cor branca tornou-se malquista desde que, em setembro de 96, passou a ser obrigatória para os táxis da cidade de São Paulo.
Segundo Itamar Eliakim, gerente de vendas de usados da concessionária Nova Geração (VW), a comparação de um carro branco com um táxi é inevitável.
Ele diz que carros médios e grandes na cor branca são "micos" certos: "Um Omega branco não vende de jeito nenhum".
O lojista César Batista, da Green Car Automóveis, conta que, em uma troca, ficou com um Gol 1000 branco, modelo antigo. "Minha sorte foi ter encontrado um cliente que queria um carro para usar como táxi", diz Batista.
Por outro lado, Léo Berman, proprietário da Fórmula 7, diz que o branco é a cor mais procurada para os Kadett GS e GSi.
As cores berrantes e mais chamativas, como o vermelha ou o laranja Vitória e o verde Campo -lançadas para o Palio-, também guardam uma certa rejeição no mercado.
"Por serem novidade, até têm uma aceitação razoável. Mas, em pouco tempo, as pessoas enjoam e os carros viram problema na hora da revenda", diz Batista.
Eliakim também evita carros com essas cores. Em março, pegou um Palio 16V, ano 96, cor laranja-vitória. "Por causa da cor, tive de baixar o preço de R$ 19 mil para R$ 17,5 mil e demorei três meses para conseguir vendê-lo."
Essas cores são procuradas para carros mais esportivos ou por pessoas que gostariam de ter um carro esportivo.
Berman diz que não é fácil vender um carro clássico de cor chamativa. "Um Mondeo vermelho ficou encalhado dois meses e tive de reduzir o preço em R$ 1.000."
Já a cor preta é uma das preferidas do consumidor brasileiro. Segundo comerciantes, ela agrada porque traz ao mesmo tempo esportividade e sobriedade.
No entanto, em caso de peruas, como a Quantum, a Royalle e a Ipanema, o preto pode ser um empecilho para vender o carro. "Muitos consumidores associam o preto a carros fúnebres", diz César Batista.
(HS)

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