São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
Próximo Texto | Índice

Parques temáticos atraem US$ 1,5 bi

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria do entretenimento e do lazer, ainda incipiente no Brasil, vem despertando o interesse de empreendedores nacionais e estrangeiros.
Apesar desse otimismo por parte de empresários do setor, não há garantias de que todos os projetos anunciados venham a ter sucesso.
Ausência de experiência de alguns empreendedores, dificuldades em conseguir os recursos necessários e dimensionamento exagerado dos projetos são os principais empecilhos.
Fracassos como o The Waves ainda são lembrados. O parque aquático foi lançado em São Paulo em 1991 e fechou após quatro anos de atividade.
"As empresas envolvidas na fase de pesquisa, construção, operação e captação de recursos têm que ser confiáveis", afirmou o consultor Sérgio Belleza Filho, da James Andrew International Consultoria Imobiliária.
Para Thomaz Assumpção, sócio brasileiro da empresa canadense White Water, especializada em projetos e administração de parques aquáticos, há imaturidade em alguns empreendimentos.
Apesar disso, os empresários do setor estão confiantes no potencial do mercado de entretenimento em parques no Brasil.
Há cinco anos em operação, o parque temático Beto Carrero World, em Balneário de Penha (SC), deve receber US$ 138 milhões em investimentos nos próximos três anos, para ampliação das instalações.
Segundo o diretor de novos negócios da empresa, Elias Azevedo, a área de entretenimento no Brasil é praticamente virgem e a tendência é de todos os parques temáticos atualmente em gestação terem sucesso.
Já no caso dos parques aquáticos, disse Azevedo, alguns não irão suportar.
A visitação anual do Beto Carrero World é de 1,7 milhão de pessoas. O ingresso por um dia custa R$ 30.
Outro grande projeto é o Great Adventure Park, em Vinhedo (SP). O investimento total previsto chega a US$ 200 milhões e o parque deve ser inaugurado no primeiro semestre de 1998, segundo Enéas César Pestana Neto, diretor administrativo e financeiro.
O projeto é um empreendimento do grupo Playcenter e da empresa GP Investimentos, de acionistas do Banco Garantia.
No Rio de Janeiro, a Esta Comércio e Participações promete inaugurar até o final deste ano o parque Terra Encantada, que exigiu investimentos de US$ 220 milhões.
Enfatizando aspectos da cultura brasileira, a expectativa é ter até 3,5 milhões de visitantes por ano, disse a gerente-geral Maria Lucia Romero. O preço médio do ingresso será R$ 22,50.
A parte operacional do parque ficará sob responsabilidade de uma empresa norte-americana, a International Theme Park Services.
Há ainda o Parque do Gugu, em São Paulo, que deve ser inaugurado no início de julho.
Parques aquáticos
No segmento de parques aquáticos, pelo menos três empresas estrangeiras estão apostando no Brasil: Wet'n Wild, NBGS International (ambas dos Estados Unidos) e a White Water, do Canadá.
A Wet'n Wild opera por meio de franquias, de acordo com o representante no Brasil da empresa, Alain Baldacci.
Além do parque aquático Wet'n Wild de Salvador, inaugurado em dezembro de 1996, disse Baldacci, estão previstos projetos em Ribeirão Preto, Brasília, Rio de Janeiro e em Vinhedo (SP), em parceria com a construtora Método.
A NBGS International pretende instalar cinco projetos no Brasil, com investimentos de US$ 90 milhões, afirmou o representante da empresa, Marcos Pecego. A previsão é de que estarão prontos no próximo ano.
Serão dois parques no Estado do Rio de Janeiro, dois em São Paulo e um em Natal (RN).
A White Water anuncia que três projetos seus deverão entrar em funcionamento no verão de 1998/99. Um em Recife (PE), outro em Goiânia (GO) e o terceiro no litoral paulista.

Próximo Texto: The Waves só durou 4 anos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.