São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
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Brasil vence Bulgária e revela novo galã

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O Brasil venceu a Bulgária ontem por 3 a 0 (15/4, 15/3 e 15/7), vingou-se da derrota de sexta (3 a 1) e consagrou o levantador Marcelo Elgarten como sucessor de Giovane no Olimpo dos galãs do vôlei.
Com o triunfo no Maracanãzinho (Rio), em uma hora e 23 minutos, a seleção brasileira masculina ficou a uma vitória do primeiro lugar no Grupo A da Liga Mundial.
O time do técnico Radamés Lattari lidera com nove vitórias e uma derrota, contra sete sucessos e três fracassos da seleção búlgara, a segunda colocada.
O Brasil encerra a fase classificatória na sexta-feira e no domingo, em Curitiba, contra o Japão.
Está praticamente classificado para as finais na Rússia, com outras cinco equipes, do próximo dia 30 a 5 de julho.
O êxito de ontem foi, para os jogadores, a vingança contra os búlgaros, que na sexta-feira tripudiaram ao final da partida, provocando reação dos brasileiros com um princípio de briga.
Com o time jogando bem, a torcida, predominantemente feminina, adolescente e de classe média, trocou as vaias da primeira partida por histeria.
Quando Marcelo ia sacar, milhares (o número de presentes não foi divulgado) de vozes estridentes soavam juntas.
Aos 22 anos, com olhos verdes e 1,86 m de altura -o mais baixo do time-, Marcelo sucede Giovane como campeão de idolatria.
Giovane, enfadado, pediu dispensa da seleção e planeja uma incursão no vôlei de praia.
"Faz bem para o ego, mas eu quero ser apreciado como um bom atleta, e não como símbolo sexual", diz Marcelo, um carioca que defende o Suzano (SP).
Acostumado a receber cartas e telefonemas de fãs, ele tenta "voltar a cabeça só para a quadra".
Depois do fracasso de sexta, Lattari condenou o que chamou de "deslumbramento" do time por causa do assédio, sem citar nomes.
Por via das dúvidas, Marcelo já anteontem desligou seu celular e não recebeu mais qualquer telefonema no hotel, nem da família.
Vários parentes seus assistiram ao jogo -e à comoção provocada por ele- de ontem.
A noiva de Marcelo, Flávia, também. Ciúmes? "Ela fica desesperada. Até minha mãe tem ciúme."
Modesto, Marcelo diz não saber o motivo de tanto alvoroço. "Não sei do que as tietes gostam em mim. Talvez seja porque eu sou simpático, dou atenção a todas."
Para evitar que a vaidade o prejudique, o levantador titular da seleção recebeu conselhos de um especialista em tietagem, com quem conviveu no Suzano: Giovane.
"Ele me preveniu. Tudo isso é gostoso, mas quero reconhecimento como jogador. Símbolo sexual só após a carreira no vôlei."

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