São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
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Kuerten vai à grama só para aprender

MARTA AVANCINI
DA ENVIADA A BOLONHA

Gustavo Kuerten vai enfrentar as quadras de grama de Nottingham e Wimbledon, na Inglaterra, com a "cara e a coragem".
O brasileiro diz não estar preocupado com a falta de experiência nesse tipo de piso, no qual a bolinha quica com mais velocidade. "Estou indo para aprender. No ano que vem vai ser para valer", afirmou.
"Vamos ver o que vai dar. Não deu tempo de treinar e pode ser que eu seja eliminado logo na primeira rodada", disse o tenista.
Kuerten faz seu primeiro jogo em Nottingham amanhã contra o inglês nascido no Canadá Greg Rusedski, 44º no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e experiente em grama.
Ele deixa Bolonha hoje, por volta das 14h (9h no Brasil).
"Vai ser um jogo duro. Ele é muito bom", afirmou o treinador, Larri Passos, se referindo ao adversário de Kuerten.
Para o treinador, a dificuldade se deve a dois motivos. Primeiro, o alto nível do rival, e, segundo, a falta de experiência de Kuerten.
"Nosso objetivo em Nottingham é dar ao Gustavo a oportunidade de ele se familiarizar com o piso e se preparar para Wimbledon", disse Passos.
O torneio de Wimbledon é um dos quatro do Grand Slam, os mais importantes do circuito internacional do tênis, e ocorre entre 23 junho e 6 de julho.
Além dele, fazem parte do Grand Slam o Aberto da Austrália, o torneio de Roland Garros (na França, vencido este ano por Kuerten) e o US Open, em Nova York.
Antes de Kuerten, apenas uma tenista brasileira, Maria Esther Bueno, havia vencido torneios de Grand Slam. Foram três títulos de Wimbledon e quatro do US Open, nos anos 50 e 60.
Se Kuerten for eliminado nas primeiras rodadas em Nottingham, Passos diz que vai dedicar o tempo livre à preparação para Wimbledon. "Há vários lugares que podemos usar para treinar perto de Nottinghan. Também podemos ir para Londres", disse.
Apesar da falta de experiência, Kuerten chega a Nottingham como o terceiro cabeça-de-chave, por sua posição no ranking, 12º.
À frente dele, estão apenas o espanhol Carlos Moya (10º) e o chileno Marcelo Rios (11º).
O tenista diz que tem de adaptar seu estilo de jogo -ele é considerado um especialista em quadras de saibro- para obter um bom resultado na grama.
"Preciso jogar mais avançado, mais à frente na quadra, e rebater mais rápido porque a bola tem mais velocidade."
Por outro lado, ele acredita que o fato de ter um bom saque pode contar a seu favor. "Na grama o jogo é mais rápido. Geralmente, não são mais que três bolas em cada disputa de ponto."
(MA)

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