São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
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Mostra valoriza "cultura do cotidiano"

MARILI BRANDÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Como faz anualmente, a renomada publicação "International Design Yearbook" convida um editor para selecionar as melhores peças do mercado internacional.
Neste ano foi a vez de Philippe, que aproveitou a ocasião para mostrar, por meio de sua escolha, como seria sua nova filosofia.
Deste anuário, estiveram em exposição no Focke Museum de Bremen 300 obras entre mobiliário, iluminação, objetos de mesa, design têxtil e produtos de consumo.
Numa co-produção com Dieter Thiel, foi feito um novo projeto para o interior do Focke Musem (o Museu de Arte e História da Cultura de Bremen, símbolo da arquitetura moderna) para abrigar grandes instalações que devem refletir sua própria maneira de pensar.
A exposição "Design do Futuro: Um Show Internacional da Cultura do Cotidiano" é um ponto importante de discussão do design, mas também corre o risco de se transformar em mais um show desse simpático, bem-humorado, criativo e polêmico "show man" do design internacional.
Brasileiros
Pelo segundo ano consecutivo, por meio da exposição Brasil Faz Design, que se apresenta em Milão, designers brasileiros são selecionados para o "International Design Yearbook" e, em decorrência, das exposições do "Design Time Bremen".
Em 1996, a exposição teve como curador Alessandro Mendini e quatro produtos brasileiros foram publicados, sendo a peça de Anette Berliner exposta no evento "Mudanças do Design".
A questão então levantada por Mendini era o limite entre produção artesanal e produção industrial.
As peças
Neste ano, Philippe Starck incluiu oito peças brasileiras na seleção do anuário: um biombo, uma cadeira, uma mesa inflável e uma luminária, de Fernando e Humberto Campana, a cadeira "Cadê", de Gerson de Oliveira e Luciana Martins, as luminárias "Electra", de Julio Sanazzaro, "Uá Uá", de Fabio Falanghe e Giorgio Giorgi, e "Parabólica", de Fernando Beschizza.
Estiveram na mostra de Bremen o biombo e a mesa inflável de Fernando e Humberto Campana e a cadeira "Cadê".
Os painéis do biombo não são fechados, mas fios plásticos, de uso banal, que se entrelaçam para impedir a visão. A mesa não se enche de matéria, mas de ar.
A cadeira, apesar de se apresentar como volume cheio, o cubo, só tem internamente uma estrutura e é o tecido tensionado que cria o volume. Quem sabe essas peças sejam o início do mundo imaterial e humano que prega Starck.

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