São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997 |
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Deficiente avança com uso do micro
HEINAR MARACY
Graças ao uso da informática, crianças do Lar Escola São Francisco -instituição filantrópica de São Paulo que atua na reabilitação de deficientes mentais- têm obtido grandes avanços. "Antes de utilizarmos o computador, sempre havia dúvidas na avaliação de uma criança com paralisia cerebral que não conseguia fazer um desenho", diz Roberta Galasso, coordenadora de informática da instituição. "Não tínhamos como avaliar se o problema era perceptivo ou motor", diz ela. "Com a utilização do computador, eliminamos essa dúvida, pois as crianças com distúrbios puramente motores passaram a concluir seus desenhos." O Lar Escola São Francisco possui um laboratório com quatro microcomputadores 486 e duas impressoras, que são utilizadas como suporte às atividades curriculares das crianças. Resposta positiva "Infelizmente, não temos recursos para disponibilizar computadores para todos os alunos na sala de aula", diz Roberta. "Por isso dividimos as turmas em seis grupos, que utilizam os micros alternadamente." Segundo ela, a resposta das crianças ao uso do computador tem sido muito positiva. "Elas ficam fascinadas pelo computador, soltam-se mais, adoram ir para o laboratório de informática e já têm desenvolvido alguns projetos no micro." Os projetos produzidos pelas crianças do Lar Escola São Francisco incluem dois livros: um com fábulas e contos de fadas e outro com receitas culinárias. Maquete no micro Os alunos também realizam um trabalho sobre a história do instituto filantrópico, que inclui uma maquete produzida no micro. "Nossa orientação é sempre integrar o uso do micro com as atividades em salas de aula. Para produzir o livro, os alunos foram apresentados durante todo o período letivo ao universo das lendas e contos de fada, por meio de brincadeiras e teatralizações." Segundo Galasso, o computador se transformou em uma ferramenta essencial para a avaliação do nível de escrita e pensamento lógico-matemático das crianças. "Muitas crianças têm uma grande dificuldade para escrever e não conseguiriam nunca atingir o desempenho que têm hoje sem o auxílio do computador." Para elaborar seu projeto pedagógico, as professoras do Lar Escola São Francisco trabalham com a linguagem "Logo", desenvolvida nos Estados Unidos. "Nós avaliamos vários produtos que estão no mercado atualmente e optamos pelo 'Logo' por sua capacidade de adaptação a usos diversos." Segundo Galasso, hoje existem vários programas educacionais com melhor apresentação gráfica e mais recursos do que o "Logo". "Mas são pacotes fechados que não permitem uma elaboração. O 'Logo' não é uma coisa pronta. Ele permite ao professor com alguma noção de programação elaborar uma metodologia própria." Próximo Texto: Micronet faz oferta com teclado-scanner; Softs da Macromedia têm preço reduzido; União Digital distribui cópias do "FPGA"; Feira traz ofertas de software e hardware Índice |
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