São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
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Duas saídas para FHC

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Agora que ficou evidente o fim da linha das reformas no Congresso, sobraram para FHC duas saídas básicas. É sobre elas que o presidente e seus aliados começarão a refletir cada vez mais a partir desta semana.
A opção mais simples é não fazer nada, como sugere d. João 6º no cinema, em "Carlota Joaquina". O monarca português, em resumo, dizia que, ao não saber o que fazer, nada faria.
Por essa saída lusitana e simples, FHC levaria o governo na flauta até o fim. Na dúvida, deixaria tudo como está. A economia minimamente equilibrada se encarregaria de conferir mais um mandato ao tucano.
Quando tomasse posse para novos eventuais quatro anos no Planalto, FHC então se preocuparia sobre novas reformas da Constituição.
A outra hipótese é um pouco mais complicada para o governo. Demanda esforços: articular grandes alianças políticas para viabilizar um Congresso revisor em 99.
Essa opção, defendida, entre outros, pelo presidente da Câmara, Michel Temer, e pelo líder do PFL, Inocêncio Oliveira, requereria um acordo com os principais partidos. Isso seria necessário para evitar que esse eventual Congresso revisor fosse melado na Justiça.
Para o azar do presidente, as duas opções não são ideais.
Não fazer nada, por mais tentador que seja, é algo que desagradaria aos investidores estrangeiros. Ficariam todos em compasso de espera para trazer mais dinheiro para cá.
Já a negociação para fazer o Congresso revisor jogaria, de novo, o governo numa queda-de-braço sem fim com os parlamentares -que estão no seu momento mais sensível, preparando-se para disputar novos mandatos.
A esta altura, é impossível dizer qual caminho será o escolhido por FHC. Um sinal pode ser a convocação extraordinária do Congresso em julho.
Se houver convocação, o presidente estará tentando um pouco mais a aprovação das atuais reformas. Sem convocação, FHC estará dando o sinal de que ficará tudo mesmo para 99. Com ou sem Congresso revisor.

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