São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sistema ganha investimentos e queixas

ISABELLE SOMMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os números ligados ao sistema de férias com tempo compartilhado vêm crescendo no Brasil. O sistema ganhou mais associados, investidores e reclamações.
Quando entrou no mercado brasileiro, em 1992, a RCI (Resort Condominium International) -líder mundial no setor, com mais de 2 milhões de associados- tinha 6 resorts afiliados no país, 150 famílias associadas e havia promovido 41 intercâmbios.
Em 96, segundo dados da própria RCI, a demanda foi muito maior: 60 resorts, 16.500 famílias e 7.500 intercâmbios.
Segundo o mexicano Ricardo Montaudon, 37, diretor da RCI no Brasil, o conceito de tempo compartilhado nasceu do princípio de que o turista não gosta de voltar a um local que já conhece.
"Por mais lindo que seja o resort, as pessoas não vão querer voltar ao mesmo lugar sempre."
A empresa cobra duas taxas para promover o intercâmbio. Antes de se associar, o interessado deve possuir o direito de férias em um resort para poder trocá-lo. Isso custa, em média, US$ 8.000.
A taxa de manutenção, que gira em torno de US$ 200 a US$ 250, dá direito ao associado de receber os informativos e o diretório com a lista dos hotéis afiliados.
As taxas de intercâmbio -R$ 140 (nacional) e US$ 230 (internacional)- pagam a troca de férias em "seu" resort por outro.
A maioria dos brasileiros associados à RCI, segundo Montaudon, é casada, tem entre 27 e 55 anos e recebe R$ 4.000 por mês.
Reclamações
Por outro lado, as reclamações de consumidores insatisfeitos também vêm subindo.
"O número de queixas tem crescido pelas deficiências de informação e pelas frustrações que o uso do tempo compartilhado traz em determinados consumidores", diz Laércio Godinho Teixeira, 40, técnico da área de serviços do Procon.
Segundo Teixeira, "o principal problema é o descumprimento da oferta". Em algumas empresas é difícil fazer reserva, principalmente na alta temporada.
"As pessoas fazem reserva e não conseguem vaga na data desejada. Muitas vezes está no contrato esse tipo de restrição. No processo de venda, isso passa despercebido."
Os contratos são os maiores vilões. Alguns "têm textos longos, e a forma de utilização não fica muito clara", diz Teixeira.

Texto Anterior: Motoqueiros passam por extraterrestres
Próximo Texto: Saiba como funciona
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.