São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 1997
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Governo do Rio tenta hoje vender Banerj

Leilão aguarda votação no Senado

DA SUCURSAL DO RIO

O governo do Estado do Rio de Janeiro tenta hoje, pelo terceiro dia consecutivo, fazer o leilão de privatização do Banerj S.A. O leilão foi aberto na terça, na Bolsa do Rio, mas não pôde prosseguir.
A continuidade depende da aprovação no Senado de empréstimo de R$ 3,08 bilhões da CEF (Caixa Econômica Federal) para que o Estado cubra débitos trabalhistas do antigo Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro).
O Banerj S.A. é a parte considerada boa do antigo Banerj, que está em processo de liquidação. Sua venda é considerada prioritária pelo governo federal, porque seria a primeira privatização de um banco estadual, abrindo caminho para a solução dos problemas desse setor da economia do país.
O preço mínimo do Banerj é de R$ 310 milhões, totalmente pagáveis em moedas de privatização, as chamadas moedas podres. Desde novembro do ano passado o governo do Rio tenta, sem sucesso, privatizar o Banerj.
No seu balanço de 1995 o antigo Banerj registrava um rombo de R$ 1,86 bilhão. O Banerj S.A., segundo o governo do Rio, tem um patrimônio positivo de R$ 181 milhões. O banco tem 193 agências.
Ontem, a expectativa dos observadores e dos empregados do Banerj era de que a venda talvez não se concretize hoje.
Os empregados, em assembléia, suspenderam a greve que mantinham havia dois dias. O Banerj tem cerca de 6,4 mil funcionários.
A presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Fernanda Carízio, acredita que dificilmente o empréstimo da CEF será votado antes de terça-feira no Senado.
Ontem, o secretário de Fazenda do Estado do Rio, Marco Aurélio Alencar, responsável pelo programa estadual de privatização, passou todo o dia em Brasília tentando conseguir que o Senado agilize a votação do empréstimo.
No Rio, o deputado estadual José Richard (PMDB) impetrou mandado de segurança para tentar que o Tribunal de Justiça do Rio anule a sessão da Assembléia Legislativa que votou a lei autorizando a obtenção do empréstimo da CEF.
Richard argumenta que a votação da lei foi feita pelo sistema eletrônico, quando o estatuto da Assembléia diz que a lei deveria ter sido votada pelo sistema de chamada nominal. O Tribunal pediu mais informações à Assembléia.

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