São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Apoio irá para Covas, diz Motta a tucanos

ELIANE CANTANHÊDE
Diretora da Sucursal de Brasília
LUCIO VAZ

ELIANE CANTANHÊDE; LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) reuniu ontem a cúpula do PSDB e afirmou que o presidente Fernando Henrique Cardoso não dará apoio ao ex-prefeito Paulo Maluf em São Paulo. Reiterou que o candidato do presidente será Mário Covas, do PSDB.
Motta disse aos líderes tucanos que FHC recebeu Maluf "porque ele é de um partido (PPB) que tem dado apoio à base governista". Mas acrescentou que "Covas é o único candidato de Fernando Henrique em São Paulo".
A cúpula tucana reclamou das últimas decisões do governo e disse que elas prejudicam o PSDB, e nem por isso rendem resultados políticos positivos para o governo.
O ex-líder na Câmara José Aníbal (SP), muito ligado a Covas, citou entre essas decisões a nomeação dos ministros Iris Rezende (Justiça) e Eliseu Padilha (Transportes), ambos do PMDB.
Também citou a escolha do pefelista Luís Eduardo Magalhães (BA) para a liderança do governo na Câmara, além do próprio encontro do presidente com Maluf, anteontem, no Alvorada.
"No mínimo, foi inoportuno", disse Aníbal, relatando que Maluf estaria dando às bases políticas de São Paulo a versão de que conquistara a neutralidade de Fernando Henrique nas eleições paulistas.
Quanto à eficácia do encontro para a votação das reformas, Aníbal desdenhou. "O governo nomeou dois ministros do PMDB. Aí, você olhou o painel de votação na Câmara e viu que nada mudou", disse, após a reunião com Motta.
"Agora, depois da conversa do presidente com o Maluf, vamos olhar o painel de novo, para ver se muda alguma coisa", acrescentou.
O presidente nacional do PSDB, senador Teotonio Vilela (AL), deixou a reunião dos tucanos dizendo que "o presidente da República tem obrigação de conversar com todas as lideranças nacionais. Daí a dar apoio a Maluf tem muita distância".
O líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), disse que ouviu essas explicações do próprio presidente. "Ele reiterou que o seu candidato é Mário Covas, por questões históricas, de conceito ético e identidade política", disse.
Motta aproveitou a reunião para criticar o ingresso do ex-governador Nilo Coelho (BA) no PSDB. Disse que não sabe se o partido ganha ou perde com a adesão de Coelho e acenou até com a possibilidade de impugnação da filiação.
Teotônio disse que a filiação de Coelho é "um fato praticamente consumado". Mas admitiu que o assunto será tratado na próxima reunião da Executiva Nacional.
Motta e os líderes do PSDB também trataram da estratégia do governo para as eleições presidenciais e das coligações do partido nas eleições estaduais.
A direção do PSDB decidiu, ainda, realizar um encontro internacional da social-democracia no Brasil até o final do segundo semestre. "Vamos seguir a onda rosa", comentou Aécio Neves.

Texto Anterior: FRASES DE FHC
Próximo Texto: Interesses em jogo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.