São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 1997![]() |
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Torcedor crê em complexo
RODRIGO BERTOLOTTO
O estudante Giovano Rocha Spalatti define assim as diferenças entre os residentes brasileiros e bolivianos em Santa Cruz de la Sierra. Torcedor do Flamengo, Spalatti, 20, foi transferido ontem da cela 1 para a cela 3 da Polícia Técnica Judicial da cidade boliviana. "Na outra, só tinha bandidão." (RB) * Folha - O que motivou a briga? Giovano Rocha Spalatti - Não foi álcool, foi a adrenalina que fez aquilo. O ódio cega. Os bolivianos provocaram os brasileiros na hora dos gols mexicanos. Fizemos o mesmo, e eles não entenderam. Folha - Você não tem medo de ser condenado? Spalatti - Não. Vou sair bem dessa. Os policiais já me falaram de um "arreglo", um acordo para retirar a queixa. Para os estrangeiros, eles pedem US$ 8.000. É só pagar o tratamento do boliviano. Folha - Se for liberado, que vai fazer da vida? Spalatti - Já tinha planejado interromper a faculdade daqui (comunicações) e voltar para Cuiabá para entrar em publicidade. Folha - Como estão sendo seus dias na cadeia? Spalatti - A polícia me colocou primeiro na cela dos bandidões. Tive de pagar para os líderes US$ 15, dinheiro que o consulado brasileiro me havia dado. Depois, dividi o strogonoff da minha irmã com eles, que queriam depois o meu tênis. Só hoje, a polícia me colocou em uma cela de detidos por crimes mais leves. Texto Anterior: Estudantes vivem clima tenso após brigas Próximo Texto: Em Santa Cruz de la Sierra Índice |
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