São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Tempo de beber

Conheça as principais regiões produtoras de vinho no mundo, saiba como é produzido e receba dicas de compras e de combinações com pratos típicos da cozinha brasileira

1 - Quanto mais velho, melhor o vinho?
Mentira. Há vinhos que se aperfeiçoam ao longo de anos ou décadas, como o do Porto e os grandes Bordeaux, mas mesmo esses têm limites. O vinho tem um período de amadurecimento, outro de apogeu, outro de decadência. Muitos percorrem esse ciclo num curto período. A maior parte envelhece antes de chegar ao mercado. Hoje, os chamados "vinhos de guarda", que melhoram com os anos, são exceção.

2 - Peixe vai com branco e carne, com tinto?
Em termos. Carnes brancas, mais leves, se harmonizam mais com vinhos brancos, também mais leves; carnes vermelhas, mais fortes, com vinhos tintos, mais encorpados. Mas não é uma regra definitiva: o molho tem de ser levado em conta, e há brancos mais encorpados que tintos.

3 - Brancos devem ser resfriados; tintos, servidos à temperatura ambiente?
Em termos. É verdade que a maioria dos tintos fica melhor à temperatura ambiente, enquanto os brancos são melhores resfriados. Se a temperatura ambiente for em torno de 18øC, é adequada ao tinto. Mas, se for de 30øC, não hesite em resfriá-lo, mesmo que isso choque os convidados.

4 - Quanto mais caro, melhor é o vinho?
Mentira. Essa idéia é esnobe e desatualizada. Numa mesma região e de um mesmo produtor, quase sempre preços acompanham qualidade. Considerando-se a oferta geral, o mito desmorona. Há vinhos de países emergentes, como o Chile, com qualidade maior do que a de um europeu de mesmo preço.

5 - Vinho bom é aquele com gostinho da uva?
Mentira. Sentir gosto de uva não é critério para medir qualidade de um vinho. Pelo contrário, os melhores vinhos têm o dom de desenvolver aromas e sabores bem mais ricos que o do suco de uva: chocolate, framboesa, baunilha, especiarias, compostas.

6 - Um copo impróprio muda o gosto do vinho?
Verdade. Faça uma experiência: beba o mesmo vinho numa taça apropriada e num copo comum, de água. A diferença é gritante. Um copo muito aberto volatiliza os aromas, enquanto a taça, com bordas convergentes (formato de tulipa), concentra os aromas em nosso nariz (o olfato é um dos principais componentes do paladar). Outro motivo é que, dependendo do formato, o copo joga o vinho em um ou outro ponto da língua, o que proporciona diferentes sensações (amargo, doce etc.).

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