São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Vítima iria trabalhar no hospital

DA AGÊNCIA FOLHA NO ABCD

A família de Michele Carvalho da Silva, 23, que morreu no Hospital e Maternidade Príncipe Humberto, disse que ela iria trabalhar como auxiliar de enfermagem no próprio hospital, após cirurgia para tirar cálculos da vesícula.
"Ela já tinha conseguido uma vaga para trabalhar lá", disse seu marido, Marcelo Basílio Rodrigues, 23. Cristiane já teria trabalhado como enfermeira no hospital. A direção do hospital não confirmou a informação.
O serralheiro Jorge Soares da Silva, 49, pai de Michele, disse ontem que a família "vai fazer de tudo" para punir os responsáveis.
"Não vamos deixar barato. Todo mundo que tiver culpa vai ter que pagar. Eles aplicaram o oxigênio e a entubaram, só que não foi oxigênio. Foi veneno", disse Silva.
Para ele, os responsáveis são o hospital e a White Martins, que fornece o oxigênio.
Rodrigues e Silva disseram não considerar culpado o médico José Auricchio, que fez a cirurgia. "O problema foi do hospital e do gás", disse o pai.
"Para mim, a cirurgia, que deveria durar no máximo uma hora e meia, não tinha risco nenhum", disse o marido.
Enfermeira, Cristiane acompanhou parte da cirurgia da irmã. "Quando ela chegou à sala de cirurgia, a Michele já estava roxa, cheia de aparelhos para respirar."
O corpo de Michele foi enterrado ontem, às 16h30, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo. Ela deixa uma filha, Larissa, 3.

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