São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997 |
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Mendigo pode ter sido queimado por menores no RJ RONI LIMA RONI LIMA; RENATA RODRIGUES
Internado no Hospital Municipal Souza Aguiar (centro), com queimaduras de 1º, 2º e 3º graus em 70% do corpo, Paulo estava em estado grave até o início da noite de ontem. Desde março, é o terceiro mendigo no Grande Rio a ser queimado. Um deles morreu. No início de junho, um servente também morreu queimado, após ser atacado por dois rapazes, na zona norte do Rio, que jogaram álcool em suas roupas e atearam fogo. Com este caso, seriam quatro pessoas queimadas em ruas do Rio de Janeiro. O mendigo Paulo começou a pegar fogo por volta das 3h de ontem, na esquina da rua Evaristo da Veiga com a avenida Treze de Maio, junto ao teatro Municipal. Ao ouvir gritos, dois auxiliares de garçom tentaram ajudá-lo. O mendigo gemia de dor. "O couro (pele) dele estava soltando todo", disse Walber Cleyzer, 19. Os dois disseram não ter visto quem ateou fogo no mendigo. O crime foi praticado a 200 metros da portaria do Quartel-General da Polícia Militar. O delegado-titular da 1ª DP (Delegacia de Polícia), Sérgio Aranha, disse que já foram ouvidos dois mendigos que viviam com Paulo em ruas do centro. Segundo um deles, meninos de rua teriam praticado o crime. Aranha afirmou que mandaria uma equipe voltar ao local do crime, na noite de ontem, para ouvir seguranças, garçons e outros profissionais que trabalham nas imediações. O delegado não tem idéia do motivo do crime. O secretário de Segurança Pública do Rio, general Nilton Cerqueira, determinou ontem que a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) e a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) intensifiquem o trabalho de recolhimento de menores abandonados em vias públicas, principalmente do centro. Em 8 de junho passado, um mendigo, conhecido como Joel e aparentando cerca de 40 anos, morreu queimado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na região do Grande Rio. A polícia não desvendou o crime. Colaborou Renata Rodrigues, free-lance para a Folha Texto Anterior: Empresa aguarda laudo Próximo Texto: Caso do PR tem decisão hoje Índice |
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