São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Metalúrgicos descobrem fraude em federação

MÁRIO SERAPICOS
DA FT

A Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, filiada à Força Sindical, descobriu um desfalque de R$ 1,7 milhão que teria sido praticado durante o ano de 95.
Esse "balanço" foi apresentado ontem durante a reunião da diretoria da entidade, a qual estão ligados 40 sindicatos de metalúrgicos do Estado.
João da Ford era também diretor do sindicato e planejava montar uma chapa de oposição.
Ele foi destituído do cargo de tesoureiro da federação após a descoberta de uma uma outra fraude nas contas da entidade.
Usando uma procuração com assinatura falsificada do presidente da federação, José Firmo, e assinatura verdadeira de João da Ford, a advogada Regina Marilia Prado Manssur levantou, em julho de 96, R$ 222.580,67 que estavam depositados na CEF (Caixa Econômica Federal).
Esse dinheiro era o repasse do imposto sindical, recolhido dos trabalhadores de cada base sindical, que cabia à federação.
O desfalque descoberto agora se refere a parte da venda de sete sub-sedes da federação no interior do Estado -que valiam R$ 800 mil- e repasses da contribuição confederativa e das mensalidades, que são recolhidas dos trabalhadores da base de cada sindicato.
Segundo o atual tesoureiro da federação, Antonio Sergio da Costa, a agência do Banco do Brasil na avenida Angélica, em São Paulo, informou que todos os recibos de depósitos e extratos da entidade tinham sido falsificados.
Costa disse que a federação abriu processo criminal e pediu a alienação de bens de João da Ford e Antonio Lino da Silva, funcionário da tesouraria da entidade -já demitido-, que teria participado da fraude.
Prisão
No final do ano passado, João da Ford ficou preso um mês sob a acusação de planejar o assassinato de Paulinho.
A acusação contra João da Ford foi feita pelo segurança Alan Lady Lima de Menezes no dia 21 de novembro.
Em seu depoimento à polícia, Menezes afirmou ter sido contratado por João da Ford para executar o crime. O segurança afirmou ter recebido R$ 6 mil como adiantamento pelo crime. Mais R$ 50 mil seriam pagos depois.
O motivo do crime seria político. Ex-diretor do sindicato dos metalúrgicos, João da Ford foi afastado do cargo por Paulinho.
Cerca de um mês depois da denúncia, Menezes foi assassinado.
Depois que acabou o prazo da prisão preventiva, João da Ford teria se mudado para a cidade de Monsenhor Tabosa, no interior do Ceará, onde foi eleito vice-prefeito no ano passado.
O funcionário da Federação dos Metalúrgicos, Antonio Lino da Silva, que teria ajudado João da Ford a cometer as fraudes denunciadas, também não estaria sendo localizado pela polícia.
A "Folha da Tarde" não conseguiu localizar João da Ford e Antonio Lino da Silva ontem.

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