São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Governador faz 'provocação final'

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O governador britânico de Hong Kong, Chris Patten, conhecido por suas intervenções polêmicas no trato com a China nos últimos anos, resolveu ontem trazer a público suas dúvidas sobre o futuro da democracia no território.
Depois de confirmar um incidente legal na fronteira (um general chinês negou-se a apresentar uma permissão para trafegar por uma rodovia de acesso restrito), Patten revelou que as autoridades da China fizeram seguidos protestos contra o tratamento dado ao militar. Foi o último pronunciamento do governador no Conselho Legislativo.
Mesmo sem dar muita importância ao incidente, Patten disse que sua maior frustração foi não ter conseguido convencer a China de que a colônia merece confiança.
No dia 1º de julho esse Conselho Legislativo (criado depois de uma reforma introduzida por Patten) será destituído, apesar de os parlamentares terem mandatos de quatro anos, obtidos em eleições diretas realizadas em 1995. No seu lugar surgirá, com mandato de um ano, um Parlamento provisório que vai preparar novas eleições.
Patten declarou que "gostaria de ter convencido os líderes de Pequim de que o desenvolvimento de instituições democráticas em Hong Kong não significava plantar bombas britânicas de efeito retardado". Ele diz que a democracia não sobreviverá à devolução do território. Para os pessimistas, a diminuição das liberdades e a burocratização à moda chinesa poderão afetar o sucesso econômico de Hong Kong.

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