São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Musical renova com boas interpretações

NELSON DE SÁ

Do mesmo diretor dos musicais "Blue Jeans", "Splish Splash", "Noviças Rebeldes" nas versões feminina e masculina, o batalhador (e conhecedor) dos musicais Wolf Maya, este "Quatro Carreirinhas" tem menores ambições dramáticas, teatrais. Os espetáculos anteriores ainda buscavam, em meio à música, um enredo, alguma trama. Eram musicais na tradição norte-americana -com um certo traço da revista brasileira- ou procuravam ser.
"Quatro Carreirinhas" não tem maior preocupação com um enredo, em que pese o texto de Flávio Marinho, e parte logo para um imenso "pout-pourri" de sucessos das últimas três ou quatro décadas, na música popular brasileira -e também estrangeira, a norte-americana sobretudo, como no quadro inteiro de "standards" da Broadway, de "O Fantasma da Ópera" à melosa "Cats". "Cats" que, vale registrar, tornou-se ontem o musical de maior permanência na Broadway. Se a atenção com a trama é menor (sinopse: grupo vocal morre em acidente e precisa cantar, e bem, para não parar no inferno), o apuro de voz e interpretação musical é muito maior. Sem se prender a estrelas de televisão para protagonizar o espetáculo, Wolf Maya preparou cinco cantores -ainda desconhecidos- para um espetáculo que reverencia a música popular, que dá novas interpretações, capazes de emocionar. Acrescentem-se as boas piadas, do inesperado "revisteiro" Flávio Marinho, e o que se tem é um bom espetáculo, que mantém a esperança no teatro musical brasileiro.

QUATRO CARREIRINHAS. Texto: Flávio Marinho. Direção: Wolf Maya. Com: Nelson Freitas, Fênix e outros. Avenida Club (av. Pedroso de Moraes, 1.036, Pinheiros, região sudoeste, tel. 814-7383). 500 lugares. Qui. a sáb.: 21h. Dom.: 20h. Até setembro. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 20. Estac. c/ manob. (R$ 7).

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