São Paulo, sábado, 21 de junho de 1997
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Dirigentes negam chantagem

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Pouco antes de a CBF encerrar sua reunião, ontem de manhã, o presidente do Fluminense, Álvaro Barcelos, abria com amigos garrafas de champanhe.
Barcelos, um bem-sucedido empresário do mercado financeiro, não precisou buscar a bebida às pressas.
Elas já estavam reservadas, e o clube já sabia que jogaria a primeira divisão.
À tarde, ele anunciou Hugo de León como técnico da equipe.
Há um mês, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, dizia: "Desculpem-me a sinceridade, mas essa virada de mesa (impedir o rebaixamento) é indecorosa."
Mudança
Até o início da semana passada, ele também pretendia impedir o Atlético-PR de jogar o Campeonato Brasileiro, conforme suspensão aplicada pelo STJD.
Desde então, uma série de pressões e reuniões a portas fechadas, cujo conteúdo até hoje não se tornou público, levaram a CBF a mudar de atitude.
No dia 12 à noite, Teixeira fechou-se com dirigentes do Atlético-PR e o presidente da Federação Paranaense, o ex-deputado Onaireves Moura.
Após a reunião, um amigo que esteve com Teixeira afirmou que ele suava como nunca. Outro dirigente disse que o presidente da CBF tremia.
'Chantagem'
Depois, no dia 12 e anteontem, Eurico Miranda (vice-presidente do Vasco) e Eduardo Viana (presidente da Federação do Rio) conversaram com Ricardo Teixeira, defendendo o Fluminense.
"Eu não pedi, botei o Fluminense na primeira divisão", disse Miranda.
Na CBF, a palavra mais falada é "chantagem".
Os dirigentes da entidade, das federações e dos clubes só aceitam comentar o assunto sem que seus nomes sejam revelados.
Todos negam que uma "sobra" das 28 horas de gravações com conversas entre Ivens Mendes e Ricardo Teixeira tenha sido usada para chantagear o presidente da CBF.
A pressão dos "cartolas", com os argumentos não tornados públicos integralmente, foram mais importantes até do que telefonemas de políticos, como o do ministro da Justiça, Iris Rezende, a Teixeira, pedindo pelo Atlético-PR.
(MM)

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