São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
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Excluídos

DA REPORTAGEM LOCAL

Os excluídos são a prova de que o aumento do consumo não é suficiente para transformar a perversa estrutura social de São Paulo. Abrangendo 39% de seus habitantes, é o maior grupo da cidade.
Esses cerca de 2,6 milhões de paulistanos têm em comum os piores índices de escolaridade e renda: 92% não foram além do primeiro grau e todos têm renda familiar inferior a R$ 1.200,00.
Sua chance de ascensão social é limitada também pelo emprego: 20% vivem de bico e 28% viram sua condição profissional piorar nos últimos três anos.
Em termos profissionais, não têm qualificação técnica: são empregados domésticos, faxineiros, pedreiros e ajudantes gerais.
Quanto ao consumo, 49% integram a classe D. Desde o Real, 27% puderam aumentar o número de eletrodomésticos em casa, 26% compraram mais brinquedos e 19% aproveitaram as vendas a prazo para ter um aparelho de som.
Os excluídos não reproduzem a divisão racial da cidade. Entre eles há proporcionalmente mais negros (8%) e pardos (34%) e menos brancos (58%) do que na média da população paulistana.
Ao contrário da elite, valorizam mais a família do que a profissão.

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