São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
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'Coperos'

RODRIGO BUENO

Quem acompanha as transmissões de futebol deve estar cansado de ouvir que tal time é "copeiro"? Utilizado à exaustão, o termo, que simboliza a eficácia de algumas equipes em torneios internacionais, cresceu nas décadas de 60 e 70, com os seguidos sucessos argentinos, especialmente do Independiente, na Libertadores da América.
Modismo à parte, "copero" -habitualidade na disputa de copas, em castelhano- mostrou ser ao longo dos tempos um adjetivo feito sob medida para o futebol sul-americano.
A Copa América é a competição entre seleções mais antiga ainda disputada. Vivemos sua 38ª edição -e não se leva em conta o torneio extra-oficial de 1910, vencido pela Argentina.
E outras tantas copas já foram jogadas no continente.
Argentina e Uruguai lutaram 27 vezes pela Copa Lipton, entre 1905 e 1973, e 28 vezes pela Copa Newton, entre 1906 e 1975. Os torneios faziam homenagem aos nobres ingleses sir Thomas Lipton e Richard Newton.
Argentinos e uruguaios também jogaram as Copas Dr. Hector Gomez, Juan Mignaburu e Roque Saenz Peña, além de outras taças promovidas pelos ministros da Educação dos países.
Brasil e Argentina brigaram dez vezes pela Copa Roca, entre 1914 e 1971. O nome deveu-se ao general argentino Julio Roca.
A Copa Rio Branco, disputada por brasileiros e uruguaios entre 1931 e 1967, foi assim batizada devido a uma cidade na fronteira entre os países.
Chilenos e paraguaios também enfrentaram os vizinhos.
O Chile jogou a Copa Carlos Dittborn contra a Argentina, a Copa Bernardo O'Higgins contra o Brasil, a Copa Juan Pinto Durán contra o Uruguai, e a Copa Pacífico contra o Peru.
O Paraguai jogou a Copa Rosa Chevallier Boutell contra a Argentina, a Copa Oswaldo Cruz contra o Brasil, e a Copa Artigas contra o Uruguai.
Parece que ser "copero" é algo inerente aos sul-americanos.

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