São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
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DE VOLTA AO FUTURO

DE VOLTA AO FUTURO

As ondas de ceticismo na economia e instabilidade na política, que foram a marca dos últimos meses, parecem agora dar lugar a uma nova percepção das perspectivas.
Os problemas não foram resolvidos, mas diminuiu o temor de que na política econômica seriam necessárias medidas mais fortes. Nesse cenário, no campo da política partidária, abre-se agora de modo definitivo e explícito uma nova temporada eleitoral, centrada nas estratégias visando à eleição presidencial.
Um olhar panorâmico sobre os resultados econômicos recentes revela que se consolidou a prioridade conferida pelo governo à estabilização. A privatização da Vale, que era vista como um importante rito de passagem, foi confirmada. As reservas internacionais, que chegaram a se reduzir no primeiro trimestre, recuperaram-se. Os investimentos externos mostram-se vigorosos. Já não se teme um aquecimento excessivo do consumo e das importações.
É um conjunto de evidências que, longe de esgotar os desafios ainda postos para que se possa considerar consumada a transformação do modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, ao menos sinaliza que, no médio prazo, não parece haver maiores turbulências à vista.
Nesse ambiente de estabilidade econômica, as atenções voltam-se agora para o lançamento de candidaturas e para a costura de alianças visando ao pleito eleitoral de 1998.
Nesse contexto de politização crescente, a opinião pública deverá estar alerta, mais do que nunca, aos apelos populistas, às tentações de manipulação das máquinas de governo e às acusações fáceis e personalizadas que caracterizam as campanhas eleitorais. Como confiança nas perspectivas da economia ou como promessas eleitorais, é importante registrar que o futuro está de volta.

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