São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997 |
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Sem treino, Kuerten joga em Wimbledon
PAULO HENRIQUE BRAGA
Ele enfrenta o norte-americano Justin Gimelstob, 119º colocado no ranking mundial. Kuerten é o 11º cabeça-de-chave do torneio, o mais tradicional do mundo. O brasileiro, campeão do Aberto da França e 12º colocado no ranking mundial, só conseguiu praticar cerca de cinco horas no piso. Depois de perder a final do torneio de Bolonha para o espanhol Felix Mantilla, Kuerten foi para a Inglaterra para tentar ganhar experiência na quadra de grama. Foi eliminado na terça-feira pelo britânico Greg Rusedski na primeira rodada do torneio de Nottingham. Antes do jogo com Rusedski, a única experiência de Kuerten na grama havia sido quando era juvenil. "É como se eu nunca tivesse jogado na grama", disse. Nos dias seguintes, o tempo não ajudou e ele teve de treinar, na maior parte das vezes, em quadras cobertas, de piso sintético ou carpete. Ontem, Kuerten não pôde treinar em Wimbledon e foi para um clube próximo ao local do torneio. Mais uma vez, ele teve de praticar em uma quadra coberta com seu técnico, Larri Passos. Também não deu certo a tentativa de uma partida amistosa com o tenista alemão Boris Becker, que já venceu o torneio de Wimbledon três vezes. O jogo ocorreria na sexta-feira, mas foi cancelado pela chuva intermitente. No sábado, Kuerten conseguiu jogar na grama parte do primeiro set contra o alemão Nicolas Kiefer, número 99 do mundo. O brasileiro vencia por 4 a 3 quando, de novo, a chuva provocou o cancelamento do jogo. Com as poucas chances que teve de jogar, o brasileiro precisou concentrar sua preparação no saque e na devolução de saque em quadras cobertas, tentando "fazer de conta" que jogava em grama. Kuerten disse que sua principal dificuldade no jogo de grama será a resposta de saque. Neste tipo de piso, a bola pula menos, "desliza", pegando mais velocidade e chegando ao jogador mais baixa. "Vou entrar lá, tentar fazer o máximo no primeiro jogo. Se eu ganhar, vou me preparar para o segundo, como fiz em Roland Garros", afirmou Kuerten. O tenista afirmou que, se conseguir vencer um ou dois jogos no torneio, pode adquirir mais confiança e tentar surpreender, como fez na França. "Não adianta eu pensar em chegar muito longe, porque, se eu não me concentrar em cada adversário, eu acabo tropeçando no meio do caminho", disse. Texto Anterior: Liga inaugura seu trabalho estatístico Próximo Texto: Adversário tem experiência na grama Índice |
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