São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Sem sermões, por favor; eu preciso de informações

ROSELY SAYÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Tenho 18 anos, namoro com um rapaz de 20, e resolvemos fazer amor. Fizemos teste para HIV, e deu negativo. Por isso, não temos preocupações com Aids ou outras doenças sexualmente transmissíveis, só com a gravidez. Sei que a camisinha com a pílula fazem a dupla perfeita, mas não posso tomar pílula. Resta a tabelinha. Sei que não é 100% segura, mas conheço o meu ciclo e sinto quando estou ovulando. Quero saber se é seguro ter relações entre o último dia da ovulação e o dia de descer a menstruação. Seja direta, não preciso de sermões, preciso de informações."
resposta
A moça é radical! Vai do método contraceptivo dos mais seguros, a pílula, para outro muito pouco eficaz, a tabelinha. Não quer usar a camisinha por quê? Usando a tabelinha você vai, mesmo, ter de usar a borrachuda nos períodos que não são seguros, certo? Então, por que não usa sempre? Ou você vai fazer a parceria camisinha-tabelinha e ficar sem transar nos outros dias?
Vamos com as informações de que você tanto precisa. Existem vários outros métodos que podem ser usados juntos para que o risco da gravidez diminua muito. Junto com a camisinha você pode, por exemplo, usar o espermicida. Ele vem em forma de gel e deve estar disponível nas farmácias sem necessidade de receita médica; você coloca uma pequena quantidade dele dentro da camisinha, antes de ela ser colocada, ou aplica uma dose dentro da vagina, com o auxílio de um aplicador que vem junto com o produto. Caso a camisinha falhe, o inseticida para espermatozóides está lá para evitar o pior.
Existe também o diafragma. Esse método é bom mas não pega muito no Brasil porque as mulheres daqui não têm muita intimidade com os genitais: muitas nunca nem viram como é e colocar as mãos lá, então, nem se fala! O diafragma precisa ser colocado dentro da vagina, antes da transa, lambuzado com espermicida para tampar o colo do útero e evitar que espermatozóides entrem útero acima.
A tabelinha não funciona assim como você está pensando. Sem essas de "eu conheço bem meu ciclo". Ele pode mudar sem aviso prévio e sem dar sinal algum. E como o óvulo costuma durar pelo menos 48 horas, e os espermatozóides, até 72, o período fértil dura bem mais. Para usar a tabelinha com mais segurança é preciso que cada mulher faça a sua. Essa história de tantos dias antes ou depois da menstruação valendo para todas não existe. Viu? Sem sermão! Ou não?

Se você tem dúvidas sobre sexo, escreva para o Folhateen ou mande sua mensagem pela Internet para o e-mail: roselys@uol.com.br.

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