São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997 |
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Revolta de policiais se espalha por MG CARLOS HENRIQUE SANTIAGO CARLOS HENRIQUE SANTIAGO; FÁBIA PRATES
O movimento de reivindicação dos policiais militares de Minas Gerais, que se mantinha restrito à capital, expandiu-se por cidades importantes de Minas Gerais. Houve manifestações em cidades do Triângulo Mineiro, do Vale do Aço, da Zona da Mata e do norte do Estado. Na capital mineira, o comandante da 4ª Divisão do Exército em Belo Horizonte, general-de-divisão Carlos Patrício Freitas Pereira, disse ontem que o pedido do governo de Minas de "intervenção" não tem o objetivo de passar o policiamento da cidade para as tropas federais. "O pedido de intervenção foi tão-somente para garantir a integridade da pessoa do governador Eduardo Azeredo (PSDB) e dos locais de trabalho", afirmou. Hoje, chega a Belo Horizonte o comandante do Comando Militar do Leste, o general-de-exército José Luiz Lopes da Silva. Segundo o general Pereira, o fato de a visita, que já estaria marcada há um mês, acontecer ao mesmo tempo que a intervenção do Exército em Belo Horizonte é uma "coincidência". Ele disse ainda que os cinco carros militares -dois jipes e três brucutus (veículos de combate)- que chegaram ontem a Belo Horizonte pela BR-040 (que liga a cidade ao Rio de Janeiro) fazem parte de um desfile preparado anteriormente para a visita do comandante do Leste. O Exército chegou a manter 900 homens de suas tropas nos palácios da Liberdade e das Mangabeiras, sede de governo e residência oficial do governador, nos momentos de maior tumulto. Esse número, no entanto, teria sido reduzido ontem, mas Pereira não informou quantos homens continuavam cuidando da segurança dos dois prédios. O secretário estadual da Casa Civil e Comunicação Social, Agostinho Patrus, disse ontem que o Exército está pronto para cooperar com as polícias Militar e Civil, se for necessário. Interior Em entrevista à rádio Itatiaia de Timóteo, o comandante do 14º Batalhão da PM, coronel José Vitoriano da Cunha Filho, pediu à comunidade que adote medidas de "autoproteção", em função da paralisação da maioria dos policiais da região. "Quero solicitar às donas-de-casa que tranquem suas casas, não deixem roupas no varal e que as pessoas não andem com grande quantidade de dinheiro, porque o esquema de policiamento é o mínimo para manter a segurança", disse. O 14º Batalhão é responsável pelo policiamento das cidades do Vale do Aço, incluindo Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano. Na cadeia pública de Timóteo (256 km a leste de Belo Horizonte), cinco presos fugiram na manhã de ontem. Segundo o delegado Francisco Pereira Lemos, eles aproveitaram um descuido dos guardas para formar uma escada humana e fugir pelo muro. Até as 18h de ontem, dois presos já tinham sido recapturados. O capitão Domingos Antônio Braga Lopes, da PM de Juiz de Fora (261 km a sudeste de Belo Horizonte), disse que cerca de 70 militares fizeram anteontem à noite ato de apoio aos policiais em greve, em frente à Câmara Municipal. Em seguida, foram convidados pelos vereadores para continuar o ato no interior da Câmara. Na manhã de ontem, cerca de 50 militares voltaram a se reunir em Juiz de Fora para uma missa pela recuperação do cabo Valério dos Santos Oliveira. Em seguida, foi formada uma comissão para conversar com o comandante da PM na região, coronel Elvino Paiva de Oliveira. Após a reunião, os militares voltaram ao trabalho, mas, segundo o capitão Lopes, continuam solidários. LEIA MAIS nas págs. 2 a 4 Próximo Texto: Leia a íntegra da nota Índice |
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